domingo, 30 de outubro de 2011

Caipirinha

Aumentar um pouco a força no pé, e se sentir indo mais rapido. Ter o controle e a liberdade, de poder percorrer 5km em nem uns 5 minutos. Já fazia bem uns 3 meses que eu não dirigia, e eu pude perceber que eu sentia um pouco de saudades. Esses pequenos habitos do dia-a-dia no Brasil que tive que deixar para trás.

Sem contar a comodidade. Na propria Supélec existe um carro que a gente pode alugar.  Resolvemos experimentar para fazer as nossas compras no supermercado. Muito mais prático. Antes, so de pensar em ter que subir a ladeira na volta do mercado já cansava. Agora, pudemos comprar praticamento o mercado inteiro sem nenhum problema.

Sabado passado fomos para Paris. Finalmente subimos no Arc de Triomphe. Era de noite, e a vista de lá era bem legal. Como Paris é uma cidade meio baixa, não tem muitos prédios altos, mesmo do Arco, que não é muito alto, da para se ver a cidade inteira.

E é impressionante o tanto de brasileiro que se pode encontrar em Paris. Ainda mais em pontos turisticos, parecia que estavamos no Brasil. O que menos se ouvia com certeza era o frances.

Essa semana foi cruel para os estudantes da Supélec. Justamente porque para nos essa foi uma semana normal. Na terça-feira que vem, dia 1, é um feriado aqui na França, o Toussants. Então, praticamente todas as escolas tiveram férias durante essa semana inteira, indo até a proxima terça. As escolas que menos tiveram ferias, começaram o feriado na quarta, e vão ter sete dias de descanso. Mas na Supélec não, o unico dia que é feriado é na terça, mas segunda tem aula.

O pior, é acordar de manhã, abrir o Face, olhar as atualizações da galera falando que estão indo pra Belgica, Luxemburgo, Amsterdã, Italia, Praga... e você estar indo para a aula.

Mas, pelo menos, na quinta um dos clubes da Supélec organizou uma “Soirée International”, em que os estudantes estrangeiros preparavam um prato tipico de seus paises. Fizemos brigadeiro e caipirinha. Na verdade foi caipiroska, porque so conseguimos achar vodka.

Foi animal! A area em que a gente estava ficou lotada o tempo todo. O pessoal não parava de pedir pra gente fazer caipirinha. A gente tinha feito muitos brigadeiros, e acabaram todos. Paramos de fazer caipirinha também so quando acabou o limão.

Teve um cara que foi umas seis vezes pegar caipirinha. Falando com ele, ele comentou que no Brasil tem bastante libaneses, e que ele era libanes e tal. Eu falei que eu sou decendente de libaneses, que um dos meus sobrenomes é Ahualle. Ele passou o resto da festa me chamando de primo.

No outro dia, bastante gente veio falar comigo. Falaram que gostaram bastante do brigadeiro, e que a caipirinha era a melhor bebida que teve na soirée.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Gala Supélec

Essa sexta tevo o Gala. É a maior festa da Supélec, e a segunda maior gala da França. Essa foi a 63e edição, o que significa que a primeira foi apenas 2 anos depois da guerra. Em anos anteriores ja tocaram nomes como Bob Sinclair, e Benny Benassi; e esse ano,  uma das Djs que tocou foi a residente da Pacha Ibiza.

Durante toda a semana a escola inteira respirava os preparativos para essa super festa. Ela foi dentro da propria escola, então dava para ver o pessoal começando a arrumar a infraestrutura e organizar os espaços. Como aqui na França existe muito o espirito do “faça você mesmo”, a maior parte das coisas estava sendo arrumada pelos alunos, tanto as estruturas dos bares, como o palco principal e a iluminação. Alem disso, como iam ter varios ambientes, alguns eram nos anfiteatros onde temos aula, então na sexta-feira, não teve aula.

Mas a semana começou a acabar bem antes. Na quarta de manhã não teve aula, pois houve uma palestra que interessava apenas aos alunos franceses. E na quinta eu normalmente já não tenho aula, apenas uma aulinha de frances no final da tarde.

Essa quinta no horario do almoço, teve um coquetel de recepção, com todos os alunos estrangeiros na Supélec, e alguns professores. Tinha champagne, e uns sandwiches que eram muito bons.

Sexta-feira não tinha aula, logo, era possivel aproveitar a quinta a noite também. A Mix é uma balada em Paris, e todas as quintas-feiras, a entrada para estrangeiros é de graça até meia-noite. Eu, o Vitor, o Paulo, e o primo do Paulo resolvemos ir.

Saimos da Supelec por volta das onze horas, e quando chegamos na gare para ir a Paris, o trem tinha acabado de passar. O proximo era em apenas 30 minutos. Paramos para tomar então uma decisão. Sabiamos que se fossemos pra Mix, com certeza chegariamos depois da meia-noite e teriamos que pagar a entrada; mas mesmo assim, resolvemos ir.

Chegamos lá por volta da meia noite e meia. E a balada estava lotada! Tinha muita gente, na verdade até gente de mais; no meio da pista era praticamente impossivel de andar. Mas, conforme ia ficando mais tarde, a Mix começou a esvaziar um pouco, e deu para aproveitar bastante.

Como tinhamos que esperar o RER voltar a funcionar, nos ficamos até tarde na balada. Até que um segurança, que era bem grande, falou que era pra gente ir embora que eles estavam fechando.

Fui durmir as 7 da manhã, mas, ao inves de aproveitar o dia sem aula para dormir bastante, acordei um pouco antes do meio-dia. Tinha combinado com os brasileiros de almoçar sexta em um rodizio japones. Assim que acordei fui ligando para o pessoa, para confirmar quem ia, e depois liguei para o restaurante para fazer a reserva para 8 pessoas.

Mas, quando fomos pegar o trem, para ir para o restaurante, ele tinha acabado de passar. O proximo ia demorar um pouco, e de repente, apareceu a informação que ele estava atrasado. O restaurante ia fechar as 2 e meia, e comecei a achar que não ia dar tempo de chegar la.

Acabou dando tudo certo. Chegamos no restaurante a tempo, e pedimos muitas coisas. Estava muito bom, e acabamos comendo demais, tanto que jantei muito pouco aquele dia. Acho que o pessoal do restaurante não gostou muito que a gente tenho ido; tenho certeza que demos prejuizo, e acabamos ficando bem depois das 2 e meia lá.

Durmi mais um pouco, e então, era hora de ir pra Gala.

A estrutura estava muito mais incrivel do que eu imaginava. Já na porta tinham 6 canhões de luz, iluminando o céu, e um Dj tocando. Dentro, estava melhor ainda. A festa estava bem cheia, tinha umas 6 mil pessoas, e foi muito boa. So fomos embora quando tocou a ultima musica.

Foi muito bom finalmente ter uma festa na Supélec. Para voltar para casa demorou menos que 2 minutos.

Estava bem cansado, mas no sabado acordei relativamente cedo. Acordamos meio-dia, pois queriamos ir para Paris para comprar roupas de frio. Durante a semana tinhamos percebido que já era necessário se preparar para o inverno.

Passemos o dia inteiro lá, e acabei comprando um sobretudo.

No domingo fiquei descansando o dia inteiro. Até que de noite, enquando estava escrevendo este post, o Daniel me avisa que o pessoal do primeiro ano disse que estava tendo cerveja de graça no coopé, o bar da escola. Era uma festa pra secar a fonte das coisas que tinham sobrado do Gala.

A cerveja era de graça, e aprendi que o Bufalo Bill morreu porque ele estava com a mão direita ocupada, que é a mão que ele sacava a arma; então, para sobreviver na Supélec, deve-se segurar o copo sempre com a mão esquerda. Vi  também, enquanto os frances faziam um boliche humano, que eles são muito mais locos que os brasileiros.

Agora já são quase 3 horas, e eu estou indo durmir, porque esta semana promete ser bem menos tranquila que a semana que acabou de passar.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Nuit Blanche

As aulas ja começaram. O ritmo é frenético. Os professores falam muito depressa, e cada materia é vista muito rapidamente. Matérias que eu ja havia visto no Brasil e demoraram três meses para serem dadas e eram de cursos diferentes, aqui, foram dadas em um dia, pelo mesmo professor.

Mas, embora a primeira semana tenha sido bem corrida, as coisas começam a se ajeiter. Consegui resolver alguns problemas que tinha com o banco, estamos conseguindo cozinhar a nossa janta todos os dias, e o meu quarto estava um pouco mais arrumado do que quando havia chego na Supélec.

Ficamos sabendo que na noite de sabado, primeiro de outubro, ocorreria em Paris a Nuit Blanche. Eh um evento cultural, em que varias obras e instalações que foram feitas especialmente para esse evento ficam expostas; tem também a apresentação de musica e exposição de videos. Decidimos então que iriamos para Paris no sabado, e voltariamos apenas no domingo de manhã.

Para aproveitar e passear pelas atrações turisticas, resolvemos ir no fim da tarde, assim ainda pegariamos algumas horas de sol. Nos encontramos pouco depois das 4 da tarde, eu, o Fernando, o Daniel, a Mayumi, o Janailson e o Raphael, e fomos para a estação do RER. Mas, chegando la, vimos a informação de que havia ocorrido um acidente em uma das linhas, e, por isso, o proximo trem para Paris iria sair quase as 6 horas. Bebemos uma coca enquanto esperavamos.

Chegando em Paris, nos separamos do Janailson, que queria dar uma olhada em alguns computadores, e fomos para a Champs-Elysée, para então irmo au Arc de Triomphe. Quando chegamos na frente dele, encontramos alguns brasileiros que estão na ECP, e a gente tinha conhecido em Vichy.
 
Ficamos conversando muito tempo sobre a vida agora na faculdade, e resolvemos ir jantar. Fomos no Quick, que é uma rede de fast-food, parecida com o McDonald’s.

Depois de jantar nos despedimos deles, e fomos em direção ao Arc de Triomph, pois queriamos subir nele, assim teriamos uma vista incrivel de toda Paris. No caminho, encontramos um mexicano que também havia estado no Cavilam, conversamos rapidamente com ele, e ele disse que acabava de ter subido la, e que era bem legal.

Mas, quando chegamos, encontramos tudo fechado, embora ainda tivessem pessoas la em cima. Tinhamos perdido o ultimo horario de subida por menos de dez minutos.  

Resolvemos então ir até a torre Eiffel. La também  é possivel ter uma vista incrivel da cidade à noite. No caminho para ela, vimos que ela estava com uma iluminação a mais, que eram luzes brancas piscando, o que ficava muito bonito. Mas, quando saimos do metro, essa luzes tinham sido apagadas.

A torre Eiffle é muito grande! Quando chegamos nela, resolvemos subir até o topo, mesmo que não fosse tão barato. No entanto, o guardinha nos informou que àquela hora, era possivel subir apenas até a metade da torre, não mais até o lugar mais alto.

Havendo dessistido de subir na torre, fomos nos afastando para tirar uma foto em que fosse possivel pega-la inteira. As luzes brancas que enfeitavam a torre voltaram a ser acessas. No pé de uma escadaria, havia um grupo de pessoas significamente grande dançando ao som de uma valsa. Quando resolvemos ir pegar o metro, passamos pela frente do teatro nacional, e na porta, ao ar livre, havia um homem tocando piano.

Fomos para a praça do Hôtel de Ville, que era perto da maioria das atrações da Nuite Blanche. Estava lotada de gente. Em um dos cantos da praça, existia uma aglomeração bem maior de pessoas. A Samsung estava distribuindo bottons fosforescentes. Nos enfiamos ali no meio para pegarmos alguns.

Encontramos o professor Raul, o Janailson, e dois amigos dele. Fomos para um pub, que fica em um bairro meio bohemio de Paris. O local era bem legal, mas chegamos a 1h40, e quando fomos pegar uma cerveja, ficamos sabendo que o preço da cerveja subiu 1€ depois da 1h30.

Saindo do pub, fomos ver algumas atrações da Nuite Blanche. Passamos por uma exposiço de video, por uma performace de dança e musica, por uma escultura chamada “Yéti”, e por uma outra escultura que dever ter precisado de muitos calculos para ter sido feita. Passamos na frente de uma outra atração, Purple Rain, mas a fila estava gigante.

Os outros brasileiros que estudam na Supélec também estavam em Paris. A gente ficou se falando por celular durante a noite, e agora eles estavam tentando nos encontrar. Sentamos em um banco, e falamos para eles em que rua estavamos. E esperamos. Depois de um bom tempo, eles nos encontraram, e começaram a contar como eles tiveram mais azar que a gente naquela noite.

Como ja estava bem tarde, mas o RER ainda não estava funcionando, fomos na Purple Rain, ver se a fila tinha diminuido. Ela estava um pouco grande, mas bem menor do que antes. Resolvemos ficar.

Entrando no prédio, recebemos um guarda-chuvas. Entravamos em um jardim interno, e la, a iluminação era toda roxa, e a agua caia como se fosse chuva. Ao fundo, ficava tocando uma musica, que acredito que seja a do Prince que tem o mesmo nome da obra. Eu achava que estavamos em um local coberto, mas quando olhei para cima, vi que estavamos ao ar livre. Fiquei um tempo pensando em como a agua estava caindo do ceu.

Saimos da atração, e fomos em direção a estação onde poderiamos pegar o trem para casa. A fome começou a apertar. Começamos a procurar alguma coisa para comer, mas estava tudo fechado. Fiquei um pouco com saudades de São Paulo, onde eu sabia que não seria nada dificil achar um lugar para comer, não importa qual fosse a hora do dia. No caminho, em uma das ruas passamos por duas meninas, que na verdade eram dois caras, e estavam falando português.

Finalmente achamos umas lojinhas abertas. Comi um cachorro-quente que estava muito bom. Quando pegamos o RER, vim durmindo a viagem toda.