Foi chegar na
Supélec às oito da noite, dessarumar a mala, e arrumar de novo. Por volta das 2
da manhã estavamos saindo daqui para ir encontrar o pessoal da Centrale Paris.
Iamos passar o resto da noite lá na ECP. Acabamos não durmindo. No outro dia, sexta,
20 de abril, iamos pegar um vôo bem cedo no aeroporto de Paris Beauvais, que na
verdade não fica em Paris, e não daria tempo se saissemos da Supélec. Para
chegar até esse aeroporto, tivemos que pegar um onibus de mais de uma hora, e
começamos a perceber que viajar pela Ryanair não vale assim tanto a pena.
A Ryanair é
uma das empresas mais ridiculas que existem. Alem do aeroporto ser longe, os
lugares no avião não são marcados, eles cobram milhares de taxas para tudo, o
site é muito tosco, e quando o avião pousa, toca uma musica, como uma vinheta,
e a galera bate palma. Estavamos ainda na escada, descendo do avião, e já tinha
uma fila no meio da pista das pessoas do proximo vôo, esperando para entrar no
avião. Mas, tem que ter o lado bom, viajar com eles é muito mais barato.
O primeiro
pais que fomos foi a Lituania, e ficamos na capital, Vilnius, por dois dias. A
cidade não é muito grande, mas graças a um city tour que fizemos, acabamos
descobrindo coisas muito interessantes. Existem tantas igrejas na cidade, que
falam que de qualquer lugar, é possivel avistar pelo menos uma; em uma estatua
de um doutor com um gato, falam que quando se toca no nariz do gato, pode-se
fazer um pedido; e assim que se atravessa o rio, existe um bairro, que eles
falam que é um outro pais, a Republica de Užupis. Lá, habitam vários artistas. Em um
muro esta escrito a constituição deles, com coisas como: “3. Everyone has the right to die, but
it is not an obligation”, “12: A dog has the right to be a dog”. Por todo esse bairro podemos
encontrar várias coisas interessantes, como uma estatua de Jesus com uma
mochila. Segundo eles, Jesus foi o primeiro backpacker.
Fomos
também a duas colinas, de onde se tem uma boa vista da cidade.
Em Vilnius,
chegamos a ir em um restaurante, que se dizia ser uma churrascaria brasileira,
mas onde o garçon ficou bravo quando pedimos para ele trazer mais carne
vermelha.
Fomos
também em um prédio que era a antiga sede da KGB. O predio inteiro é um lugar
triste. No sub-solo, é a antiga prisão, onde ficavam os presos politicos. Uma
das salas, era uma sala de execusão. Fazia frio lá embaixo, e é impossivel
imaginar como as pessoas ficavam dias presas ali. É um dos lugares mais
depressivos que eu já entrei.
Uma coisa
boa na Lituania, é que a moeda deles é bem fraca em relação ao euro. É verdade
que é meio ruim ter que trocar dinheiro, mas as coisas lá eram muito mais
baratas.
No fim da
manhã de domingo pegamos um onibus, e em 4 horas, já estavamos em Riga, capital
da Letonia. Lá também tivemos que trocar dinheiro, e embora a moeda deles fosse
mais forte que o euro, o preço das coisas não era mais alto, o que acabava
compensando. O centro antigo de Riga é muito pequeno, em 10 minutos é possivel
atravessa-lo. A parte nova da cidade é maior, mas fomos muito pouco para lá.
O hostel
que ficamos era bem legal. No primeiro dia, fomos a noite com o pessoal em um
Karaoke. Foi muito engraçado.
Falam que
em Riga foi onde teve a primeira arvore de Natal do mundo. Lá também vimos
algumas catedrais, incluindo uma ortodoxa. Uma diferença delas é que no
interior não tem bancos, a missa é feita de pé. Na parte nova existem também vários
prédios de art nouveau, um estilo de
arquitetura que mistura o classico com o novo. Entre a parte antiga e a parte
nova da cidade, tem o monumento da indêpendencia
Fomos
também à vários museus. Um deles era na ultima torre que restou da cidade
medieval de Riga. Um outro, era em um ex prédio soviético. A maioria dos museus
falava sobre a historia da cidade e da Letonia. Na verdade, a historia dos três
paises balticos é bem parecida. Eles ficaram sempre trocando de mão, hora
estavam sob invasão russa, depois alemã, ou suiça; uma verdadeira bola de
ping-pong. No incio do sex XX, eles estavam sob dominio russo. Mas pouco apos o
fim da primeira guerra, eles declararam a independencia. No entanto, a União
Soviética anexou eles de novo. Um dos museus fala que quando os nazistas
chegaram lá eles até ficaram contentes, pois esses expulsaram a URSS. A
ocupação nazista acabou com a volta da ocupação soviética, e essa foi acabar
apenas na decada de 90. É impossivel assimilar que eles viraram independentes a
apenas uns 20 anos atras.
É muito
recente.
Quando
estavamos andando por Riga, em um dos primeiros dias, do lado de um museu
tinham dois senhores com trombones e trompetes. Não sei como eles descobriram
que nos eramos brasileiros, mas eles começaram a tocar o hino do Brasil. Um
jeito muito inteligente de conseguir alguns trocados.
Na
quarta-feira, pegamos mais uma vez o onibus, agora para irmos até Tallinn, na
Estonia. Chegamos lá no inicio da tarde. A antiga cidade medieval é toda
cercada por uma muralha. Tallinn foi a cidade que ficamos menos tempo, apenas
uma noite. Quando chegamos em Tallinn, eu já estava bem cansado. Era quase o
final da segunda semana de viajem, e todos os dias e noites foram cheios de
coisas para fazermos. Mas mesmo assim, aquela cidade me encantou bastante.
Fizemos um
city tour para conhecer os principais lugares, igrejas, muralha, parques... Mas
já estavamos meio saturados de tanto fazer turismo. No meio do city tour,
passamos por um estande de arco e flecha. Eu, o Italo e o Iago abandonamos o
tour para ficarmos ali atirando algumas flechas. Depois, não sei como, ainda
conseguimos encontrar o resto do pessoal.
Existe uma
parte da cidade que é mais alta, e se tem uma vista panoramica bem legal da
cidade. Também chegamos a ir ao terraço de um centro de convenções, que fica
bem perto do mar Baltico. A água parecia muito gelada. Como estavamos bem ao
norte, a temperatura ali era mais baixa da que eu tinha pego na semana
anterior, no sul da França.
O hostel
que estavamos era muito animado. Lá, conhecemos um grupo de brasileiros.
Incrivel como tem brasileiro em todo lugar (conhecemos um em Riga também), e
como brasileiro é muito animado.
Quinta-feira
de noite pegamos um onibus noturno para voltarmos à Vilnius. Chegamos de
manhãzinha e no inicio da tarde pegamos o vôo da Ryanair para voltarmos para
Paris, ou melhor, para Bouvais. No inicio da noite cheguei em casa, destruido.
Finalmente
comecei a fazer alguns paises mais do leste europeu, coisa que eu sonhava em
fazer faz tempo, desde quando ainda estava no Brasil. E mesmo com a Ryanair, a
viagem foi exelente!