terça-feira, 15 de maio de 2012

Maio


Maio realmente é um mês especial. Praticamente todas as semanas tem um feriado. Começou já em 1° de maio, dia do trabalho, em uma terça mal saida das férias. Depois, na outra terça, 8 de maio, Armisticio de 1945. Agora, dia 17, quinta, é dia da Ascenção, e como nunca na historia da Supélec, vão emendar sexta. E para acabar o mês bem, feriado na segunda, dia 28, segunda de Pentecôte.

Realmente, não ta tendo muito do que reclamar.

No final de semana fomos ver um jogo de rugby. Era entre dois times, creio eu, não tão importantes. Eles estavam no meio da tabela do campeonato. O azul e branco do Racing Metro 82, contra o rosa e branco do Stade Français Paris. E o estadio estava bem cheio. Tanto que no final, demoramos bastante para conseguir pegar o trêm de volta.

De qualquer forma, o jogo foi bem legal. Mesmo não sabendo exatamente todas as regras do jogo, dava para saber o que estava acontecendo, e deu para observar uns lances bem emocionantes. E uma coisa muito legal no rugby, é que existe ultimo lance. Ou seja, no final da partida, mesmo com o Racing ganhando e o tempo já estourado, o Stade Fraçais Paris continuou pressionando, fazendo sufoco. A emoção no estadio ficou a mil! Acabou que o Racing conseguiu conter, e eles ganharam por menos de um try de diferença.

Alem disso, da pra perceber o verão se aproximando. E ele começa a mostrar sua cara, totalmente sem cerimônias. Os dias estão um pouco mais quentes, mas principalmente, eles estão mais longos. Começa a escurecer mesmo à partir das nove e meia, dez horas. A gente aproveita para ficar jogando voley, em uma quadra de areia que tem aqui na Supélec. Ou mesmo, uma vez fomos lá fora apenas para jogar cartas, apenas por causa do sol.

Este é o primeiro verão que vou ver depois de ter passado por um inverno de verdade. Dizem que europeus gostam do sol, que eles vão para parques, e ficam deitados em gramas, simplesmente porque esta um tempo bom, e realmente, da para entender. Depois de passar meses com um sol que não esquenta e vai embora antes das cinco da tarde, você começa a dar mais valor para essas pequenas coisas do verão.

Aqui na Supélec, as associações estão fazendo semanas tipicas. Por exemplo, teve uma semana que uma associação fez sobre os paises arabes. Alem de ter palestras, teve uma janta tipica também. Semana passada, teve a semana contra o cancer, organizada pelo CheerUp. Eles fizeram varias atividades. Um dia, teve uma corrida contra o cancer, onde eles ficavam contabilizando o total de voltas que todas as pessoas davam em volta da pista de corrida. Foi bem legal, tinha toda uma estrutura, com som, kebabs, e bebida, e claro que fomos la dar umas voltas.

Esse ultimo final de semana foi o fim de semana do TOSS. O TOSS é uma competição entre escolas. Ele é a maior competição estudantil da França, e ocorre no Supélec. Mais de 2000 pessoas vem apenas para participar desse evento. Apesar de ter sido bem legal, ele não chega aos pés de um InterUSP, ou um Engenhariadas. Nem em relação aos jogos, nem em relação as festas.


Ps.: Mãe, pai, em maio também foi aniversario de vocês, sem contar que foi dia das mães. Parabéns para vocês!!!

domingo, 13 de maio de 2012

Sping Break - Parte 2 - Paises Balticos


Foi chegar na Supélec às oito da noite, dessarumar a mala, e arrumar de novo. Por volta das 2 da manhã estavamos saindo daqui para ir encontrar o pessoal da Centrale Paris. Iamos passar o resto da noite lá na ECP. Acabamos não durmindo. No outro dia, sexta, 20 de abril, iamos pegar um vôo bem cedo no aeroporto de Paris Beauvais, que na verdade não fica em Paris, e não daria tempo se saissemos da Supélec. Para chegar até esse aeroporto, tivemos que pegar um onibus de mais de uma hora, e começamos a perceber que viajar pela Ryanair não vale assim tanto a pena.

A Ryanair é uma das empresas mais ridiculas que existem. Alem do aeroporto ser longe, os lugares no avião não são marcados, eles cobram milhares de taxas para tudo, o site é muito tosco, e quando o avião pousa, toca uma musica, como uma vinheta, e a galera bate palma. Estavamos ainda na escada, descendo do avião, e já tinha uma fila no meio da pista das pessoas do proximo vôo, esperando para entrar no avião. Mas, tem que ter o lado bom, viajar com eles é muito mais barato.

O primeiro pais que fomos foi a Lituania, e ficamos na capital, Vilnius, por dois dias. A cidade não é muito grande, mas graças a um city tour que fizemos, acabamos descobrindo coisas muito interessantes. Existem tantas igrejas na cidade, que falam que de qualquer lugar, é possivel avistar pelo menos uma; em uma estatua de um doutor com um gato, falam que quando se toca no nariz do gato, pode-se fazer um pedido; e assim que se atravessa o rio, existe um bairro, que eles falam que é um outro pais, a Republica de  Užupis. Lá, habitam vários artistas. Em um muro esta escrito a constituição deles, com coisas como: “3. Everyone has the right to die, but it is not an obligation”, “12: A dog has the right to be a dog”. Por todo esse bairro podemos encontrar várias coisas interessantes, como uma estatua de Jesus com uma mochila. Segundo eles, Jesus foi o primeiro backpacker.




Fomos também a duas colinas, de onde se tem uma boa vista da cidade.


Em Vilnius, chegamos a ir em um restaurante, que se dizia ser uma churrascaria brasileira, mas onde o garçon ficou bravo quando pedimos para ele trazer mais carne vermelha.

Fomos também em um prédio que era a antiga sede da KGB. O predio inteiro é um lugar triste. No sub-solo, é a antiga prisão, onde ficavam os presos politicos. Uma das salas, era uma sala de execusão. Fazia frio lá embaixo, e é impossivel imaginar como as pessoas ficavam dias presas ali. É um dos lugares mais depressivos que eu já entrei.

Uma coisa boa na Lituania, é que a moeda deles é bem fraca em relação ao euro. É verdade que é meio ruim ter que trocar dinheiro, mas as coisas lá eram muito mais baratas.

No fim da manhã de domingo pegamos um onibus, e em 4 horas, já estavamos em Riga, capital da Letonia. Lá também tivemos que trocar dinheiro, e embora a moeda deles fosse mais forte que o euro, o preço das coisas não era mais alto, o que acabava compensando. O centro antigo de Riga é muito pequeno, em 10 minutos é possivel atravessa-lo. A parte nova da cidade é maior, mas fomos muito pouco para lá.

O hostel que ficamos era bem legal. No primeiro dia, fomos a noite com o pessoal em um Karaoke. Foi muito engraçado.

Falam que em Riga foi onde teve a primeira arvore de Natal do mundo. Lá também vimos algumas catedrais, incluindo uma ortodoxa. Uma diferença delas é que no interior não tem bancos, a missa é feita de pé. Na parte nova existem também vários prédios de art nouveau, um estilo de arquitetura que mistura o classico com o novo. Entre a parte antiga e a parte nova da cidade, tem o monumento da indêpendencia





Fomos também à vários museus. Um deles era na ultima torre que restou da cidade medieval de Riga. Um outro, era em um ex prédio soviético. A maioria dos museus falava sobre a historia da cidade e da Letonia. Na verdade, a historia dos três paises balticos é bem parecida. Eles ficaram sempre trocando de mão, hora estavam sob invasão russa, depois alemã, ou suiça; uma verdadeira bola de ping-pong. No incio do sex XX, eles estavam sob dominio russo. Mas pouco apos o fim da primeira guerra, eles declararam a independencia. No entanto, a União Soviética anexou eles de novo. Um dos museus fala que quando os nazistas chegaram lá eles até ficaram contentes, pois esses expulsaram a URSS. A ocupação nazista acabou com a volta da ocupação soviética, e essa foi acabar apenas na decada de 90. É impossivel assimilar que eles viraram independentes a apenas uns 20 anos atras.

É muito recente.


Quando estavamos andando por Riga, em um dos primeiros dias, do lado de um museu tinham dois senhores com trombones e trompetes. Não sei como eles descobriram que nos eramos brasileiros, mas eles começaram a tocar o hino do Brasil. Um jeito muito inteligente de conseguir alguns trocados.

Na quarta-feira, pegamos mais uma vez o onibus, agora para irmos até Tallinn, na Estonia. Chegamos lá no inicio da tarde. A antiga cidade medieval é toda cercada por uma muralha. Tallinn foi a cidade que ficamos menos tempo, apenas uma noite. Quando chegamos em Tallinn, eu já estava bem cansado. Era quase o final da segunda semana de viajem, e todos os dias e noites foram cheios de coisas para fazermos. Mas mesmo assim, aquela cidade me encantou bastante.

Fizemos um city tour para conhecer os principais lugares, igrejas, muralha, parques... Mas já estavamos meio saturados de tanto fazer turismo. No meio do city tour, passamos por um estande de arco e flecha. Eu, o Italo e o Iago abandonamos o tour para ficarmos ali atirando algumas flechas. Depois, não sei como, ainda conseguimos encontrar o resto do pessoal.

Existe uma parte da cidade que é mais alta, e se tem uma vista panoramica bem legal da cidade. Também chegamos a ir ao terraço de um centro de convenções, que fica bem perto do mar Baltico. A água parecia muito gelada. Como estavamos bem ao norte, a temperatura ali era mais baixa da que eu tinha pego na semana anterior, no sul da França.




O hostel que estavamos era muito animado. Lá, conhecemos um grupo de brasileiros. Incrivel como tem brasileiro em todo lugar (conhecemos um em Riga também), e como brasileiro é muito animado.

Quinta-feira de noite pegamos um onibus noturno para voltarmos à Vilnius. Chegamos de manhãzinha e no inicio da tarde pegamos o vôo da Ryanair para voltarmos para Paris, ou melhor, para Bouvais. No inicio da noite cheguei em casa, destruido.

Finalmente comecei a fazer alguns paises mais do leste europeu, coisa que eu sonhava em fazer faz tempo, desde quando ainda estava no Brasil. E mesmo com a Ryanair, a viagem foi exelente!