quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Estágio


No inicio de agosto, as portas da Supélec fecharam por causa das férias. Quase ninguém mais estava no Plateau du Moulon, e com a Supélec fechada, ali ficou ainda mais deserto. Alem disso, o local do meu estágio mudou. Foi assim que eu começei à ir para a sede da Rincent BTP todo o dia; e o escritorio deles fica em Evry. Sair de casa, dois onibus, sendo um do ponto inicial até a parada final, e pouco mais de uma hora e meia depois e finalmente estou em Evry. Ir estagiar lá mudou muita coisa.

É a primeira vez que realmente trabalho. Não é mais um projeto de escola ou algo assim, é uma empresa de verdade. Camisa e sapato todo dia. É um mundo novo, um ambiente totalmente diferente. Trabalho em um escritorio. Estranho como a vida correu e me sinto tão crescido de repente. E no geral, estou gostando bastante desse aprendizado. O pessoal lá é bem simpático, e o fato de conviver diariamente com pessoas como o proprio Rincent é bem interessante.

Mas, ter que acordar as 6 da manhã e chegar em casa apenas as 7 da noite realmente não é fácil. Os dias são muito curtos e quase não sobra tempo para fazer nada. É o tempo de chegar em casa, descansar um pouquinho, comer alguma coisa, e praticamente ir dormir. No entanto, nunca um final de semana ou um feriado pareceram ser tão proveitosos, nunca tiveram um gosto tão bons.

Por mais cansado que eu esteja, sinto aquela necessidade de aproveitar os finais de semanas, o que faz com que em todos os ultimos, acabamos indo para Paris. Mesmo estando a um ano aqui, Paris tem tanta coisa tão incriveis, que ainda existem lugares animais para conhecer. Um dia fomos até o museu de Rodin, onde no seu jardim fica exposto a fomosa escultura d’O Pensador.

Também aproveitamos para ir até a Conciergerie, e a Sainte-Chapelle, ambas do lado do palacio de Justiça. A Conciergerie é a antiga prisão onde ficaram os presos na época da Revolução Francesa. Antes da execussão, os presos importantes ficavam lá, como Maria Antonieta, ou os Girondinos. Danton e Robespierre também ficaram presos lá. Sem contar que em uma das salas há uma lista exata com o nome dos 2780 condenados à guilhotina em Paris, algo impressionante.

Já a Saint-Chapelle é uma antiga capela onde anteriormente ficavam guardadas várias reliquias. Por isso, embora ela não seja muito grande ela é de uma beleza impar, com grandiosos vitrais em toda a sua extensão, cobrindo as altas paredes.


No entanto, uma das coisas mais impressionante nesse verão é a canicule, que é quanto fica extremamente quente. Nem no Brasil eu lembro de passar tanto calor quanto aqui. Só queria poder tirar férias e ir pra praia.

E o tempo passa tão rápido, que a Supélec já abriu de novo essa semana. Assim, ontem eu consegui pegar a chave do meu apartamento novo, e aproveitei para fazer a mudança.Impressionante o tanto de coisa que eu juntei nesse um ano que eu passei aqui. O meu quarto antigo não fica exatamente perto do quarto novo, e para levar tudo eu tive que fazer várias viagens. Parei de contar na quinta, e isso eu devia estar nem na metade.

Mas acabou valendo a pena, o quarto que eu estou agora é maior e mais novo, bem melhor.

domingo, 5 de agosto de 2012

14 juillet - Despedida do Paulo


A mais de 200 anos, um evento mudou a historia da França. Era o inicio da republica, o levantamento do povo contra o dominio da época; o que levaria a cortarem a caveça do homem mais importante, o rei. Foi em 14 de julho a queda da bastilha, o inicio de tudo isso. Até hoje essa data é muito importante aqui na França, como se fosse um dia da independencia, um dos dias mais importantes pro país.

No sabado, 14 de julho desse ano, eu e o Daniel acordamos bem cedo para irmos até a Champs-Elysées, lugar onde ia ter o desfile. Mesmo chegando 1 hora antes, estava bem cheio, mas conseguimos encontrar um lugar de onde deu para ver bem o desfile. E mesmo estando bem cheio lá, acabamos encontrando uns amigos por coincidencia ali perto.

O desfile foi bem legal. Começou com o atual presidente frances, François Holande, passando em carro aberto pela Champs. Depois, uma apresentação de vários aviões, que ficavam dando rassantes. Várias tropas desfilaram, incluindo uma que estava servindo a pouco tempo atrás, uma tropa de cachorros, e vários com uniformes bem diferentes. Também passaram alguns carros e tanques, e no final, um grupo de paraquedas fez um salto de precisão, pulando na place de la Concorde, na frente do presidente.



De noite, fomos até o Champs de Mars onde encontramos um pessoal. Como o Raul e o Bruno tinham chegado cedo, eles conseguiram pegar um bom lugar pra gente. Normalmente, fogos de artificio são proibida em Paris, e nem no ano novo têm. Mas, o 14 de julho é o unico dia que é autorizado queima de fogos na cidade. Então era foi algo bem espetacular, não apenas pela singularidade do evento, mas também porque foi um show bem bonito. Colocaram uma imensa bola no meio da torre Eiffel. E os fogos saiam do Trocadeiro. Assim, do Champs de Mars, viamos a torre, com uma iluminação toda especial, e ao fundo os fogos. Tinha uma musica acompanhando. O tema desse ano era Dance Music (?), e mesmo tocando umas musicas que eu nunca imaginaria, foi bem legal.



A estrutura para os eventos do dia estavam muito boas, mais voltar para casa foi um pesadelo. Quando a queima de fogos acabou, por volta das onze e meia da noite, uma multidão saiu ao mesmo tempo. Sabiamos que iria ser impossivel pegar um metro ali, então andamos até Denfert. Lá, iamos pegar um onibus para casa. Mas os onibus que passavam por lá já estavam completamente lotados. Fomos até Chatelet, ponto inicial do onibus que queriamos pegar. Tinha uma multidão lá. Quando o onibus chegou, teve muita confusão, empurra-empurra, e menos de um terço do pessoal conseguiu entrar. Por causa da confusão, o motorista do onibus acabou chamando a policia, que demorou bastante tempo para chegar, e depois estava dizendo que eles estavam praticamente sozinhos para atender todos as ocorrências da noite. Acabamos esperando o outro onibus, e quando ele chegou, embora a gente tenha conseguido entrar, muita gente ainda ficou de fora. Isso já eram umas 4 da manhã.

Então, embora as atrações do diaforam boas, a noite foi horrivel. A organização da cidade pecou muito não melhorando a infraestrutura, e deixando o transporte igual a de um dia como outro qualquer. É um dos dias mais importantes na França, e eles não se prepararam de nenhum jeito para isso.

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Um final de semana depois, fomos até o Mayflower. Um bar em plena rua Mouffetard, que tem várias cervejas, principalmente belgas. Era a despedida do Paulo.

E essa foi uma das noites mais engraçadas que eu tive até agora aqui em Paris. Depois de sairmos do Mayflower, passamos rapidamente comer um crepe no Petit Grec, e fomos meio correndo até a estação do RER. Estava quase na hora do ultimo trêm. Mas no caminho, tinha um colchão, e apartir daquele momento, a noite melhorou ainda mais.

Um colchão de casal, grande, meio novo ainda, e o Café decide leva-lo até a Supélec. Estavamos brincando com o colchão na estação do RER até que o guardinha veio reclamar, e quando a gente entrou no trêm, todo mundo ficou olhando. É uma cena meio unica um colchão no RER. O pessoal olhava, ficava rindo, e teve gente que até chegou pra pedir pra tirar foto com a gente. Uma noite memoravel.


Alguns dias depois, foi dia 23 de julho, e fez um ano desde o dia que eu cheguei na França. Um ano cheio de historias e experiência, mas que passou muito rápido.