sábado, 22 de dezembro de 2012

Outono


Faz um bom tempo que eu não escrevo aqui, praticamente o outono inteiro passou sem que eu atualizasse esse blog, e muita coisa aconteceu nesse tempo.

Primeiro, enquanto ainda estava um pouco quente, aproveitamos o primeiro final de semana de outubro para ir à Oktoberfest. Era o ultimo final de semana dessa que é uma das maiores festas da Europa, e embora as minhas expectativas fossem altas, eu não me decepcionei.

Existe como um grande boulevard, onde são permitidos apenas pedestres, e dos lados ficam as tendas. Mas quando eu falo de tendas, não são espaços pequenos, mas verdadeiros salões, que cabem milhares de pessoas. Como chegamos cedo, às 9 da manhã, a hora que a festa começa, conseguimos entrar em uma das tendas. E lá dentro é animal! Rola uma musica todo o tempo, e a galera é bem animada. A gente conseguiu uma mesa, onde tinham uns australianos que eram bem engraçados. Sem contar que vez ou outra alguém tenta virar uma das canecas de cerveja. Cada caneca tem um litro. Então, o cara sobe na mesa, e começa a beber, e todo mundo fica gritando pra incentivar. O engraçado é que se a pessoa demora muito, ou se não aquenta terminar, o pessoal começa a vaiar..

Ficamos um bom tempo na tenda, e quando saímos conseguimos pegar uma das canecas de cerveja, aquelas gigantes, de 1 litro, graças à Renata (vlw renata!). Depois andamos um pouco pela alameda da festa, onde comemos um cachorro quente típico, com uma linguiça especial alemã. Mais tarde andamos bastante, e eu e o Fernando fomos conhecer o centro histórico de Munich, que é bem impressionante. A praça principal tem um prédio bem bonito, cheio de detalhes.



Uma semana depois do final de semana da Oktober, teve a gala Supélec. Engraçado como um ano passou e as coisas começam a se repetir. Antes o que era novidade, agora já virou meio que algo comum. Mas de qualquer forma essa é uma festa extraordinária, e deu para aproveitar muito.

Nessa época teve também uma palestra na Supélec com um cara que trabalha na inteligência francesa. Foi bem legal, ele falava sobre os perigos de deixar informações importantes sem proteção. E para ilustrar isso, ele começou a palestra ligando para o celular de um aluno, que ele não conhecia, mas que ele tinha conseguido descobrir o numero. Ele contou varias historias de como era possível, e mesmo fácil, conseguir informações sigilosas.

E embora o terceiro ano na Supélec se mostrasse muito mais tranquilo, a quantidade de tarefas é muito maior. Ainda mais com o master em paralelo, a gente esta tendo um numero absurdo de aulas, com quase nenhum horário livre durante a semana, e um numero incrível de provas. Tanto que eles colocaram uma prova numa sexta-feira, sendo que na quinta era feriado. Mas deu para aproveitar aquele final de semana para ir ver o Salão do Chocolate que estava tendo em Paris.

Na verdade, deu para ver varias coisas nesses últimos meses em Paris. Teve um show do Steve Vai, que foi incrível. O show começou as 8 e ele só foi parar de tocar umas 11 e meia. Eu já estava muito cansado e ele ainda estava lá, cheio de energia, fazendo coisas impossíveis com a guitarra. Sem contar que ele é bem carismático, sempre fazia umas piadas entre as musicas. Outro lugar que fui conhecer foi a Opera Garnier, onde a arquitetura por si só já é um espetáculo à parte. E em um final de semana, teve um salão de vinhos muito legal, onde existiam vários produtores independentes expondo os seus vinhos, e era possível degusta-los.


E deu para ver que o inverno se aproxima, e esse ano esta muito pior que o ano passado. Ano passado foi nevar só no fim de fevereiro, e esse ano já nevou. Antes eu até gostava da neve. Hoje embora eu ainda a ache bonita, eu senti na pele todos os problemas que ela pode causar. Nevou bem em um dia em que a gente tinha aula do master, e tínhamos que ir pra Centrales Paris. O caminho que normalmente a gente faz em menos de meia hora, demoramos quase duas horas.

Nessa semana teve de novo o Forum Centrale Supélec, um evento gigante onde varias das maiores empresas da França se reúnem para mostrar ofertas de estágios para a gente. E finalmente, chegou sexta-feira, 21 de dezembro, e ao invés do mundo acabar, o que acabaram foram as minhas aulas. Duas semanas merecidas de férias pela frente para esquecer um pouco essa vida na Supélec.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Ça, c’est de la chance


Final de semana passado fomos para Paris, pegar a abertura do salão do automóvel. Chegamos antes da abertura, e tinha uma multidão esperando do lado de fora. Mas a organização mandou bem. Mesmo com tanta gente, foi bem tranquilo para entrar, e em menos de dez minutos já estávamos em um dos pavilhões, apreciando aqueles belos carros.

Passamos bastante tempo lá, tinha muita coisa pra ver, e deu para entrar em vários carros.

Mas não é por isso que eu resolvi escrever esse post.

Ontem, segunda, depois da aula fui pra Paris encontrar uma amiga que estava passeando por lá. Então, acabei saindo de Paris tarde. Já era meia-noite, e nesse horário não passa mais ônibus até a Supélec. Até falei com o Daniel, pra ele alugar o carro e ir me buscar no Le Guichet, mas deu um problema muito estranho na minha conta do Keylib e não dava para alugar o carro.

Descontente mas resignado, sai da estação do RER preparado pra fazer uma longa caminhada, subindo o Plateau du Moulon, no escuro, o que iria fazer com que eu perdesse vários minutos do meu já pouco tempo de sono. Tinha andado nem 100 metros, quando um carro para na rua, e eu pensei que ele ia pedir alguma informação:

- Você ta indo pra Supélec?
- Sim.
- Entra, eu também estou indo pra lá. (em francês)

Era uma das melhores noticias que eu recebia em muito tempo. O cara também mora na Supélec, é estudante do terceiro ano, e muito gente boa. Em nem 5 minutos eu já estava em casa.

Fiquei imaginando se no Brasil alguém pararia no meio da rua, de noite, para oferecer carona para um desconhecido. Claro que aqui é meio que uma cidade de interior e é bem calmo, mas mesmo assim. Fiquei meio impressionado que um francês tenha feito isso.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Inicio do terceiro ano


Parece que faz muito tempo desde a ultima vez que eu escrevi aqui. Talvez por que faça mesmo, mas também muitas coisas aconteceram nesse tempo. Meu estagio acabou, tive dois dias de férias, e as aulas começaram.

O estagio acabou dia 7, sexta, quando já estava tendo a semana de integração. Foi difícil conciliar as festas com o estagio, mas nas horas de ônibus entre a Supélec e o trabalho eu dormia como um bebe, o que ajudou bastante; tirando o fato de eu ter quase perdido a parada algumas vezes. Nessa semana a maioria dos brasileiros novos chegou na Supélec. Se antes já tinham vários, agora parece uma invasão, quase triplicou o numero.

Passou um fim de semana, mais segunda e terça para descansar um pouco, e quarta, dia 12 de setembro, recomeçaram as aulas. No terceiro ano, somos separados por Majeurs, que foram escolhidas no fim do ano passado. Eu estou fazendo AS (Automatique Systèmes, algo como Automação e Controle, o mesmo curso que eu fazia na Poli).

O legal, é que em AS existe a possibilidade de fazer um master recherche em paralelo. Com esse master, no final do curso eu ganho mais um diploma. No entanto, durante esse ano eu tenho que fazer matérias a mais, e encher ainda mais a grade da Supélec pode não parecer uma boa ideia. De toda forma, eu resolvi fazer o master recherche MAS (Mecânica aeronáutica e espacial) que é em conjunto com a ECP (Centrale Paris), o que quer dizer que tem dias que eu vou ter aulas lá.

Logo nos primeiros dias de aulas, deu pra lembrar como é o espirito da Supélec: algo bem intenso. Ainda mais que por causa do master eles concentraram vários laboratórios nas primeiras semanas. Semana passada eu tive aula praticamente todo dia à tarde, duas vezes na ECP, e dois laboratórios, o que não era normal ano passado. No entanto as aulas estão bem mais interessantes.

As matérias do master parecem meio complicadas também, ainda mais que a gente vai ver bastante coisa sobre mecânica dos fluidos, coisa que eu apenas tinha visto na minha época de biênio da Poli, e bem superficialmente. Mas pelo menos o pessoal de AS parece ser bem gente boa, e eu já consegui caronas para ir e voltar quando tivermos aulas na ECP. O que já é muito bom, porque a ECP é meio longe, e sair da Supélec, pra ir pra qualquer lugar que seja, nunca é fácil.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Praga e arredores


Começar a morar na residência três trouxe várias boas surpresas, mais a maioria delas, esperadas. No entanto, outro dia, enquanto estávamos conversando de noite no corredor, começou uma pequena discussão. Bem longe e bem pequena, víamos uma torre com um canhão de luz em cima, poderia aquela, mesmo tão distante, ser a torre Eiffel? Olhando pelo mapa, a direção era aquela mesma, mas a prova final veio apenas outro dia. De noite, a cada hora cheia, vimos a torre ficar piscando por cinco minutos, como a torre Eiffel sempre faz. É realmente a torre Eiffel, e mesmo estando a mais de um ano aqui, aquela torre ainda me surpreende.

Paris de uma forma geral ainda me surpreende. No outro fim-de-semana, fui para Paris encontrar a Kari e umas amigas delas. Foi muito bom vê-la, ainda mais depois de tanto tempo, e de tarde fomos até o museu Marmottan. Nunca tinha ouvido falar desse museu, e ele fica em uma região de Paris que eu nunca tinha ido. No entanto, no Marmottan esta um acervo incrível, incluindo várias obras de Monet muito famosas e importantes, como por exemplo, o “Impression, soleil levant”, a obra que dá nome ao movimento Impressionista.

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E como agosto passou muito rápido, e as aulas já estão quase começando de volta, decidimos aproveitar bem o final de semana passado: fomos para Praga! Ouvi falar muito bem de Praga, e sempre tive vontade de conhecer o leste europeu, e realmente, Praga não me decepcionou.

Eu, Fernando e Raphael chegamos lá na sexta bem de noite. Pegamos um ônibus e um metro para chegar ao hostel, que ficava no centro novo de Praga, que na verdade, é do lado do centro antigo. Demos uma pequena volta nas ruas ali perto, mas estava uma garoazinha meio chata e voltamos pro hostel.

No sábado de manhã, fomos encontrar o Daniel e a Luiza. Nos encontramos no Old Town Square, que era o ponto inicial de um free walk tour que estávamos querendo fazer. Esse tour de Praga era muito bem organizado, com vários grupos, cada um com um guia. Ficamos em um grupo grande, de mais de 40 pessoas, e o nosso guia foi o Jean-Paul, um cara bem engraçado. Ele começou contando um pouco a historia da Republica Tcheca, do pessoal e do reino de bastante tempo atrás, e que por causa deles, aquela região se chama Boemia.

Praga apresenta também uma arquitetura bem histórica, sendo uma das cidades menos destruídas durante a 2ª guerra. Parece que Hitler gostava bastante de lá. Quase no final do tour ele nos contou também que um dos motivos das igrejas judias e de um antigo bairro judeu terem ficados intactos durante a invasão nazista, é que os nazistas pensavam em usar esses prédios, depois da guerra, como um museu de uma civilização extinta.

Mas o tour começou pela Old Town Guard, e lá, fica um relógio astronômico bem famoso e complexo. Ele é tão bonito, que com medo que o construtor dele fizesse outros relógios tão bonitos para outras cidades, o pessoal cegou ele.

O guia também nos contou várias historias sobre as defenestrações que ocorreram em Praga, e sobre a resistência de Praga durante a 2ª guerra e durante o domínio soviético. Uma vez, a união soviética ia invadir a Rep. Tcheca logo depois da meia noite, que era quando o radio parava de transmitir, e assim, os cidadãos só iam saber da invasão no outro dia pela manhã. Mas por causa do horário de verão, quando os soviéticos invadiram, na verdade ainda eram onze horas da noite, todos ouviram sobre a invasão no radio e tiveram tempo de preparar uma resistência.

Passamos também por um antigo teatro onde Mozart se apresentou, e por locais que foram usados em diversos filmes.

Depois do tour, fomos conhecer a ponte Charles (Karluv Most, em tcheco), bem famosa e muito bonita e andamos até a Catedral de São Vito.





De noite, fizemos um Pub Crawl, e que Pub Crawl. Primeiro, uma hora de open bar. Depois passamos em dois bares, bem legais, e por fim, a Karlovy Lazne, uma balada de cinco andares, a maior da Europa central. Mais cedo, ainda de dia, quando vimos o prédio da balada, ele não prometia muita coisa, mas lá dentro, é animal. Cada andar tem um tema diferente, e mesmo sendo bem grande, tinha bastante gente. Não sei como, mas eu ainda acabei encontrando um amigo meu lá, que eu nem sabia que estava em Praga.

No outro dia, mesmo morrendo de sono, fomos conhecer o Castelo de Praga. Ao meio-dia, ainda vimos a cerimonia de troca de guarda. Achamos um restaurante ali por perto para almoçar, e depois fomos para o aeroporto, voltar para Paris.

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Como eu fico sempre postergando pra postar esse post, várias coisas vão acontecendo, e pra não ficar muito atrasado eu vou colocando aqui; ai, daqui a pouco esse post vai estar gigante.

Mas enfim, essa terça, dia 4 de setembro, foi meu aniversário, 22 anos. Consigo lembrar como se fosse ontem que eu estava fazendo 18, e isso já foi a o que... 4 anos. Mas não vou escrever aqui sobre como eu estou achando que o tempo esta passando rápido.

E pra comemorar o meu aniversário, vão ter duas semanas de festa na Supélec, essa semana e a proxima. Festa toda noite, e churrasco todo dia. Tudo bem, na verdade isso é a semana de integração pros bixos que acabaram de chegar, e coincidentemente, a aulas deles começaram dia 4, meu aniversário. Mas de qualquer forma, eu aproveito também.


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Estágio


No inicio de agosto, as portas da Supélec fecharam por causa das férias. Quase ninguém mais estava no Plateau du Moulon, e com a Supélec fechada, ali ficou ainda mais deserto. Alem disso, o local do meu estágio mudou. Foi assim que eu começei à ir para a sede da Rincent BTP todo o dia; e o escritorio deles fica em Evry. Sair de casa, dois onibus, sendo um do ponto inicial até a parada final, e pouco mais de uma hora e meia depois e finalmente estou em Evry. Ir estagiar lá mudou muita coisa.

É a primeira vez que realmente trabalho. Não é mais um projeto de escola ou algo assim, é uma empresa de verdade. Camisa e sapato todo dia. É um mundo novo, um ambiente totalmente diferente. Trabalho em um escritorio. Estranho como a vida correu e me sinto tão crescido de repente. E no geral, estou gostando bastante desse aprendizado. O pessoal lá é bem simpático, e o fato de conviver diariamente com pessoas como o proprio Rincent é bem interessante.

Mas, ter que acordar as 6 da manhã e chegar em casa apenas as 7 da noite realmente não é fácil. Os dias são muito curtos e quase não sobra tempo para fazer nada. É o tempo de chegar em casa, descansar um pouquinho, comer alguma coisa, e praticamente ir dormir. No entanto, nunca um final de semana ou um feriado pareceram ser tão proveitosos, nunca tiveram um gosto tão bons.

Por mais cansado que eu esteja, sinto aquela necessidade de aproveitar os finais de semanas, o que faz com que em todos os ultimos, acabamos indo para Paris. Mesmo estando a um ano aqui, Paris tem tanta coisa tão incriveis, que ainda existem lugares animais para conhecer. Um dia fomos até o museu de Rodin, onde no seu jardim fica exposto a fomosa escultura d’O Pensador.

Também aproveitamos para ir até a Conciergerie, e a Sainte-Chapelle, ambas do lado do palacio de Justiça. A Conciergerie é a antiga prisão onde ficaram os presos na época da Revolução Francesa. Antes da execussão, os presos importantes ficavam lá, como Maria Antonieta, ou os Girondinos. Danton e Robespierre também ficaram presos lá. Sem contar que em uma das salas há uma lista exata com o nome dos 2780 condenados à guilhotina em Paris, algo impressionante.

Já a Saint-Chapelle é uma antiga capela onde anteriormente ficavam guardadas várias reliquias. Por isso, embora ela não seja muito grande ela é de uma beleza impar, com grandiosos vitrais em toda a sua extensão, cobrindo as altas paredes.


No entanto, uma das coisas mais impressionante nesse verão é a canicule, que é quanto fica extremamente quente. Nem no Brasil eu lembro de passar tanto calor quanto aqui. Só queria poder tirar férias e ir pra praia.

E o tempo passa tão rápido, que a Supélec já abriu de novo essa semana. Assim, ontem eu consegui pegar a chave do meu apartamento novo, e aproveitei para fazer a mudança.Impressionante o tanto de coisa que eu juntei nesse um ano que eu passei aqui. O meu quarto antigo não fica exatamente perto do quarto novo, e para levar tudo eu tive que fazer várias viagens. Parei de contar na quinta, e isso eu devia estar nem na metade.

Mas acabou valendo a pena, o quarto que eu estou agora é maior e mais novo, bem melhor.

domingo, 5 de agosto de 2012

14 juillet - Despedida do Paulo


A mais de 200 anos, um evento mudou a historia da França. Era o inicio da republica, o levantamento do povo contra o dominio da época; o que levaria a cortarem a caveça do homem mais importante, o rei. Foi em 14 de julho a queda da bastilha, o inicio de tudo isso. Até hoje essa data é muito importante aqui na França, como se fosse um dia da independencia, um dos dias mais importantes pro país.

No sabado, 14 de julho desse ano, eu e o Daniel acordamos bem cedo para irmos até a Champs-Elysées, lugar onde ia ter o desfile. Mesmo chegando 1 hora antes, estava bem cheio, mas conseguimos encontrar um lugar de onde deu para ver bem o desfile. E mesmo estando bem cheio lá, acabamos encontrando uns amigos por coincidencia ali perto.

O desfile foi bem legal. Começou com o atual presidente frances, François Holande, passando em carro aberto pela Champs. Depois, uma apresentação de vários aviões, que ficavam dando rassantes. Várias tropas desfilaram, incluindo uma que estava servindo a pouco tempo atrás, uma tropa de cachorros, e vários com uniformes bem diferentes. Também passaram alguns carros e tanques, e no final, um grupo de paraquedas fez um salto de precisão, pulando na place de la Concorde, na frente do presidente.



De noite, fomos até o Champs de Mars onde encontramos um pessoal. Como o Raul e o Bruno tinham chegado cedo, eles conseguiram pegar um bom lugar pra gente. Normalmente, fogos de artificio são proibida em Paris, e nem no ano novo têm. Mas, o 14 de julho é o unico dia que é autorizado queima de fogos na cidade. Então era foi algo bem espetacular, não apenas pela singularidade do evento, mas também porque foi um show bem bonito. Colocaram uma imensa bola no meio da torre Eiffel. E os fogos saiam do Trocadeiro. Assim, do Champs de Mars, viamos a torre, com uma iluminação toda especial, e ao fundo os fogos. Tinha uma musica acompanhando. O tema desse ano era Dance Music (?), e mesmo tocando umas musicas que eu nunca imaginaria, foi bem legal.



A estrutura para os eventos do dia estavam muito boas, mais voltar para casa foi um pesadelo. Quando a queima de fogos acabou, por volta das onze e meia da noite, uma multidão saiu ao mesmo tempo. Sabiamos que iria ser impossivel pegar um metro ali, então andamos até Denfert. Lá, iamos pegar um onibus para casa. Mas os onibus que passavam por lá já estavam completamente lotados. Fomos até Chatelet, ponto inicial do onibus que queriamos pegar. Tinha uma multidão lá. Quando o onibus chegou, teve muita confusão, empurra-empurra, e menos de um terço do pessoal conseguiu entrar. Por causa da confusão, o motorista do onibus acabou chamando a policia, que demorou bastante tempo para chegar, e depois estava dizendo que eles estavam praticamente sozinhos para atender todos as ocorrências da noite. Acabamos esperando o outro onibus, e quando ele chegou, embora a gente tenha conseguido entrar, muita gente ainda ficou de fora. Isso já eram umas 4 da manhã.

Então, embora as atrações do diaforam boas, a noite foi horrivel. A organização da cidade pecou muito não melhorando a infraestrutura, e deixando o transporte igual a de um dia como outro qualquer. É um dos dias mais importantes na França, e eles não se prepararam de nenhum jeito para isso.

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Um final de semana depois, fomos até o Mayflower. Um bar em plena rua Mouffetard, que tem várias cervejas, principalmente belgas. Era a despedida do Paulo.

E essa foi uma das noites mais engraçadas que eu tive até agora aqui em Paris. Depois de sairmos do Mayflower, passamos rapidamente comer um crepe no Petit Grec, e fomos meio correndo até a estação do RER. Estava quase na hora do ultimo trêm. Mas no caminho, tinha um colchão, e apartir daquele momento, a noite melhorou ainda mais.

Um colchão de casal, grande, meio novo ainda, e o Café decide leva-lo até a Supélec. Estavamos brincando com o colchão na estação do RER até que o guardinha veio reclamar, e quando a gente entrou no trêm, todo mundo ficou olhando. É uma cena meio unica um colchão no RER. O pessoal olhava, ficava rindo, e teve gente que até chegou pra pedir pra tirar foto com a gente. Uma noite memoravel.


Alguns dias depois, foi dia 23 de julho, e fez um ano desde o dia que eu cheguei na França. Um ano cheio de historias e experiência, mas que passou muito rápido. 

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Meus pais na França


Se os 12 meses que eu estou morando na França passaram rápido, o mês que os meus pais passaram aqui passou voando. Foi muito bom poder estar com eles ali, todos os dias. Aquelas coisas que quando viram rotina a gente não percebe. Um jantar, em casa mesmo, nada muito sofisticado, mas onde a gente pode ficar conversando por horas. O fato de poder encontrá-los todos os dias; morar junto com eles de novo. Não apenas contar como foi o meu dia, mas viver experiências novas juntos.

Alem disso, os meus pais aproveitaram para me usar um pouco de guia turistico, para que eu mostra-se Paris para eles, e eu aproveitei a companhia deles para conhecer lugares que eu ainda não tinha ido. Finalmente subi a torre Eiffel. E embora eu soubesse como ela era grande, eu não imaginava como a vista de lá era impressionante. Primeiro fomos até a metade da torre, e de lá já da para ver toda Paris. Mas quando subimos até o topo, a vista é expetacular. Lá é tão alto, que os predios não chegam a cobrir a visão das ruas; tava para ver a base do Arco do Triumfo e os carro passando na rotatoria. E o dia estava tão bonito que eu até tentei achar a Supélec lá de cima. Consegui ver o aeroporto de Orly, e vi várias plantações, mas a Supélec mesmo eu não sei se da para ver.

Também andamos de barco pelo Sena, e fomos até o Invalides, lugar onde Napoleão esta enterrado. Finalmente conheci o palácio de Versailles e o seu jardim. Realmente é um lugar muito bonito, e o jardim é gigante. Consegui finalmente ver todo o museu de Orsay, que é muito bonito e onde teve uma grande coincidencia. Encontrei lá dois amigos meus da Poli, o Cauê e a Lais.



Levei meus pais para conhecerem a Supélec, e de verdade, eu acredito que eles ficaram com dó de como eu moro longe. Nesse mês deu para ver como é bom morar em Paris, sair de casa e estar praticamente do lado do mêtro. Poder ir para qualquer lugar de Paris em 20 minutos no máximo. Foi dificil voltar pra Supélec.

Mas então esse mês passou. Levei meus pais até o aeroporto, e mais uma vez me despedi deles. E, voltei para a Supélec.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Val de Loire


Então chegou o ultimo final de semana antes de meus pais voltarem para o Brasil, e decidimos aproveitar esse tempo passeando sábado e domingo no Val de Loire, uma região da França conhecida por seus vários castelos. Sábado, 7 de julho, fomos cedo para a gare de Lyon alugar mais uma vez o carro, e começamos a notar que julho realmente é alta estação aqui na Europa. Tivemos que esperar bastante tempo na fila, e depois, para sair de Paris, pegamos um trânsito bem grande.

Para fugir do transito, saimos da rodovia principal. Decidimos então que passariamos em Orleans apenas na volta. Esse desvio fez com que passassemos inesperadamente por Châteaudun, uma cidade que eu nunca tinha ouvido falar. Mas, lá estava tendo uma feira mediavel. As ruas estavam repletas de barraquinhas, vendendo comidas e objetos tipicos, e os vendedores e várias outras pessoas estavam vestidas à carater. Uma coisa bem legal.

Continuando viagem, passamos rapidamente por Blois, e fomos seguindo o rio até Amboise. O Château d’Amboise fica em cima de uma colina, de onde se tem uma vista privilegiada do rio. Ele não é muito grande, mais apresenta um jardim muito bonito que é cercado por muros. Ele não é famoso apenas porque alguns reis francêses moraram lá, mas Leonardo da Vinci chegou a morar lá tambem. Alem disso, Leonardo esta enterrado ali, em uma capela que fica no jardim.

Fomos então para Tours, procurar um hotel para passar a noite. Em todas as viagens que fizemos, não tinhamos reservado hotel com antecedência. Sempre chegavamos na hora, viamos qual era a melhor cidade para pousarmos, e procuravamos um hotel. Nunca tivemos muitos problemas com isso, mas em Tours, estava impossivel achar um hotel com quartos livres. Com o verão e o inicio das férias tudo estava lotado. Foi depois de várias indicações que finalmente achamos um lugar com vagas.

Deixamos as coisas rapidamente no hotel, e fomos até o Château de Villandry, que fica ali perto. Naquela noite, ia ter um espetaculo especial no castelo. Eles iluminaram todo o jardim, que era bem grande, com várias lanternas iluminadas por velas. Tinham algumas atrações, como um pessoal cantando, uma apresentação com um cavalo, e para finalizar, meia hora de queima de fogos de artificio. Os fogos foram soltos perto de um lago, que fica no jardim do castelo, e eles acompanhavam o ritmo da musica ao fundo.



No outro dia, depois de conhecer um pouco de Tours, cidade que começou a ser criada no século I, fomos até Chenonceau. O acesso aos jardins do castelo é pago. Mas não queriamos entrar nesse castelo, apenas ve-lo por fora. Então, demos a volta no rio e fizemos uma pequena trilha para chegarmos até ele. É um castelo muito bonito, que fica sobre o rio, ligando uma margem à outra.


Depois, passamos rapidamente por Cheverny, e fomos até o Château de Chambod. Esse castelo fica em uma propriedade gigante, onde algumas pessoas vão para caçar. O castelo foi inicialmente construido como um lugar que o rei utilizava quando estava caçando. Mais tarde chegou a ser expandidos por outros reis, como o Louis XIV. Com certeza esse é o castelo mais imponente do Val de Loire, e o maior. O interior apresenta trofeus de caça e uma escada que dizem ter sido projetada por Leonardo da Vinci. Lá dento, durante a visita, ficava tocando uma banda, que todo o tempo ia andando pelos aposentos do castelo.




Antes de voltar à Paris, passamos por Orleans.  É incrivel como a cidade ainda se lembra e homenageia a Joanna d’Arc. Ela liberou a cidade de um cerco a mais de 500 anos atras. Na frente da catedral da cidade, tem duas estatuas em homenagem à ela. No hotel de ville, alem de uma estatua, tinha um cartaz falando sobre um festival que iria comemorar os 600 anos de seu nascimento. A avenida principal da cidade antiga leva o nome dela, e um ponto turistico muito famoso foi a casa onde ela ficou.

Jantamos em Orleans e depois voltamos para Paris.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Belgica e Holanda



Era o segundo final-de-semana que meus pais estavam aqui. Sexta-feira, alugamos mais uma vez um carro, e dessa vez fomos viajar rumo à Holanda.

No caminho, ainda na Belgica, paramos para olhar um mapa, feito a moda antiga, de papel mesmo, uma vez que fora da França o meu celular não tem acesso à internet. E foi nisso que meu pai percebeu que ali perto, um pouco antes de Bruxelas, ficava Waterloo, local da última derrota de um do maiores homens franceses, Napoleão Bonaparte.

Tivemos que rodar um pouco a cidade até encontrar o campo da batalha de 1815. A batalha ocorreu em um campo amplo, e em um lugar, elevaram uma colina. No topo dessa colina colocaram uma grande estatua de um leão. Esse local simbolisa onde um pricipe foi ferido durante a batalha. Em cima dessa colina, tem-se uma vista panorâmica do campo, e existem placas explicando o posicionamento das tropas, e onde cada batalhão ficou. No campo, estão placas falndo onde ficaram fileiras de soldados, ou onde alguem importante morreu. Ali perto, esta também o ultimo quartel-general de Napoleão.

Continuando viajem, passamos de carro por Antwerpen. A uns seis meses atrás eu visitei Antwerpen. Foi incrivel passar por algumas ruas que eu pensava que nunca mais ia ver de novo; e ainda por cima, conseguir me localisar mais ou menos e lembrar que eu tinha andado justamente por elas.

Depois, fomos para Rotterdam, onde passamos a noite. Rotterdam é uma cidade portuaria, e um centro econômico muito importante. Então, ela apresenta uma arquitetura bem moderna, com alguns prédios diferentes. Mas isso não diminui a beleza de seus canais, onde ficam pequenos portos.

De manhã, antes de ir para Amsterdam, passamos num pequeno vilarejo chamado Kinderdijk, conhecida por apresentar vários daqueles mundialmente famosos moinhos de vento. Os moinhos de vento, uma vintena deles, se alinham perto de dois pequenos riachos. Há um caminho no meio das águas que leva até os moinhos. Ali, pode-se observar aquela paisagem tipica que se imagina da Holanda. E mesmo estando chovendo, e muito, a paisagem é muito bonita.


Em Amsterdam conhecemos o museu da Heineken. Ele é muito legal, e no final é possivel fazer uma garrafa de cerveja personalisada com o seu nome. Aproveitamos e depois fomos fazer o passeio de barco, que esta incluso na entrada do museu, pelos canais de Amsterdam. Passeamos um pouco pela cidade, vimos os seus lindos canais, e no outro dia, passeamos pelo parque onde fica o “I amstersam”. Descobri que a pista de gelo que tinha lá da ultima vez que eu fui é na verdade um pequeno espelho d’água.


Voltamos para a Belgica, para ir até Bruges. Meus pais também se encantaram por aquela cidadezinha medieval. Almoçamos na praça principal, com a vista daquela torre imponente. Passamos pela Basilique du Saint-Sang, pelas várias igrejas e canais que cortam a cidade. Bruges era também uma cidadee que eu já tinha visitado. Várias vezes eu lembrava dos lugares que eu passei, dos caminhos que eu fiz, e dos lugares que eu parei para tirar uma foto. Foi bom estar ali de novo. Interessante também ver as coisas que mudaram. As árvores mais floridas, parte da reforma de uma das igrejas tinha avançado, e um jardim novo que colocaram no patio da torre, sem contar o clima mais agradável.

Segunda de noite, então, estavamos de volta à Paris.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Fête de la Musique


Foi apenas depois de me mudar para a Europa que eu comecei a entender direito essa coisa de estações do ano, e isso que o verão tem de tão especial. Aquelas coisas que viamos em livros, das folhas caindo no outono, voltando a florescer na primavera, e dos dias mais curtos do inverno; coisas que realmente acontecem por aqui. Então, como não podia deixar de ser, para comemorar a época mais felilz do ano existe uma grande festa no solsticio de verão: a Fête de la Musique.

No dia 21 de junho, estava passando os dias com os meus pais em Paris. O dia começou meio cinza, chuvento. No inicio da tarde fomos procurar uma das atrações do dia, que estava tocando em um jardim ali perto. Mas por causa da chuva do inicio da tarde, os equipamentos da banda estavam enconstados na parede, e o pessoal estava ali apenas conversando. Depois de um tempo, fomos em um outro lugar, perto da Champs-Elysées, mas que também não estava lá essas coisas.

Comecei a achar que essa Fête de la Musique seria como a Nuit Blach, e que não veriamos nada de muito interessante naquele dia. Mas como eu estava enganado!

Depois de uma pausa em um café, tinha parado de chover e fomos até o Musée d’Orsay. Lá, mais a noite, teria a apresentação de um coral finlandeis. Chegamos com bastante tempo de antecedência, e já tinha bastante gente esperando do lado de fora. Quando abriram as portas, conseguimos pegar um lugar bom para ver a apresentação. A apresentação foi dentro do proprio museu. O museu fica em uma antiga gare. Assim, o meio dele é bem amplo, todo aberto, em um só andar. Essa parte é dedicada as esculturas. O coral ficou logo depois da entrada, que é feito no primeiro andar, em um lugar mais elevado, mas que tem uma visão direto pro centro do museu. O publico todo ficou naquele imenso patio, em meio às estruturas.

Quem cantou foi um coral finlandeis masculino, um dos mais respeitáveis do mundo. E aquela apresentação ali, bem no meio daquele museu, de uma arquitetura linda, e aquelas maravilhosas estatuas do lado, foi algo bem marcante.

E mal acabou a apresentação, saimos do museu, atravesamos o Sena e fomos logo até o Louvre. Lá também ia ter um espetaculo por causa da Fête de la Musique.

O concerto foi ali, no imenso vão que fica em baixo da piramide do Louvre. Era a orquestra de Paris que tocou. Junto com a orquestra, teve a apresentação também de um harpista, que tocava muito bem. Era para a apresentação durar uma hora. Mas ela estava muito boa. Depois dessa uma hora, o pessoal aplaudiu tanto e pediu bis, que o maestro voltou para tocar mais uma musica. Quando ele saiu, tudo se repediu, e ele voltou para tocar uma outra.

Foi um dia memorável, e um jeito e tanto de começar o verão.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Normandia


Meus pais tinham acabado de chegar, as provas mal terminaram, e não perdemos tempo para aproveitar o primeiro final-de-semana. Alugamos um carro, e saimos de Paris na sexta, em direção à Normandia. Tivemos um pouco de sorte e pegamos um Peugeot 208, cheirando  a novo, com menos de 3000Km rodados.

Primeiro, passamos por Giverny, onde fica a antiga casa de Monet, que possui os jardins eternizados em seus quadros. Parte do jardim circunda um pequeno lago, que é atravessado por pequenas pontes, e é lindo. Ainda por cima, tivemos a sorte de ir em uma época boa, ainda na primavera, com as flores no seu auge. O mais legal, é que dias depois iriamos ver no museu de l’Orangérie, em Paris, as Nymphéas, que foram pintadas justamente nesse jardim.

Seguindo de lá, passamos por Rouen, cidade em que a Joanna d’Arc foi queimada. Existe um marco no lugar onde foi a fogueira. E pernoitamos na agradável Caen, que apresenta um castelo do Guilherme, o Conquistador. No outro dia, fomos de carro percorrendo parte da costa da Normandia.

Aquela parte de terra da Normandia apresenta uma historia incrivel. Primeiro, a parte mais recente: é lá que estão as famosas praias do dia D. Lugar em que ocorreu o desembarcamento; o inicio do fim da Segunda Guerra. As praias ainda guardam alguns bunkers. Em uma delas esta um imenso cemitério americano, o mesmo que aparece no final do filme “O Resgate do Soldado Ryan”. Em outra, as marcas das bombas ainda podem ser vistas.

No entanto, ali também foi onde Guilherme I nasceu. Uma tapeçaria em Bayeux, com quase 100 metros de comprimento conta a historia dele e de Harold. Ela diz como Guilherme, duque da Normandia, enfrentou Harold, para se tornar rei da Inglaterra.

Um pouco mais afastado dessas prais, passando a peninsula, fica o Monte de Saint-Michael. E se a sua reputação o precede, existe um motivo. Um antigo mosteiro entalhado em uma ilha de pedra, que se deselvolveu até virar uma imponente fortaleza. No entanto, ele nem sempre é uma ilha. Quando fomos, devido a maré baixa, ao redor do monte, por quilometros, tinha apenas a areia molhada. Dizem que é necessário ir ao menos duas vezes ao Monte Saint-Michael, uma com a maré alta, e outra com a maré baixa, pois ambas as visões são deslumbrantes mas bem diferentes.



No final da viagem passamos por Saint Malo, perto do monte Saint-Michel, praticamente a divisa entre Normandia e Bretanha. Uma antiga cidade de corsários, cercada completamente por muralhas. A vião do mar, de cima de suas muralhas, é linda.

Domingo bem de noite estavamos de volta em Paris. O final de semana foi incrivel, muito bom poder viajar como meus pais de novo; me fez me lembrar de quando eu era mais novo e viajavamos de carro. O bom também, é que já era praticamente verão, então podemos aproveitar a luz do dia até tarde; eram mais de dez horas quando ficava escuro.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Enfim, férias


Passava do meio de maio, as provas começavam a se aproximar, mas as associações da Supélec estavam trabalhando a mil. Elas estavam melhorando muito a vida no campus, com vário eventos. Um dos dias, teve uma  apresentação de capoeira, e eu estava na França quando entrei pela primera vez em uma roda de capoeira.

O calor começava a chegar, e então, em uma tarde de quinta, colocaram uma piscina de plastico no gramado da Supélec. A piscina era grande e ficava lotada. Ela era coberta com espuma, e a água estava muito refrescante. Obviu que dei um mergulho, ainda mais com aquele sol bem forte. Para melhorar ainda mais, de tempos em tempos faziam um open de cerveja.

Num sábado, fomos para Paris comemorar o aniversário do Raul em uma Pizza Hut. Lá, sentada em uma outra mesa, tinha a pessoa que eu mais vi comer em toda a minha vida. Era uma menina, magra, com um livro, que simplesmente não parava de comer. Era rodizio, e ela sempre ia pegar mais pizzas. Com certeza ela comeu mais do que qualquer um que estava na nossa mesa, isso por que a gente comeu bastane. Foi algo que realmente me impressionou.

Naquele mesmo dia, teve o Point Gamma. É uma festa da Polytechnique, e é a maior festa universitária da França. Sempre tocam DJs bem famosos, e nessa edição foram Bob Sinclar e Alexandra Stain. Como desde quando eu chegei na França eu tinha ouvido falar dessa festa, a espectativa estava muito alta, mas mesmo assim, ela foi muito boa.

Então, o final do ano letivo estava chegando. Não eram apenas as provas que se aproximavam, mas eu tinha um projeto de logiciel para entregar, no qual deveriamos criar um jogo com toda a interface gráfica e inteligencia artificial. E ele não estava nem perto de funcionar. Mas, finalmete eu entreguei o projeto, e na outra semana, fiz as ultimas provas do meu primeiro ano de Supélec.

Na quarta, dia 13, foi a ultima prova. Na verdade na quinta eu tive prova também, mas era apenas de inglês. Então, assim que acabou a prova de quarta, fui correndo para o aeroporto, finalmente encontrar minha mãe e meu pai, depois de quase um ano longe deles. Foi um otimo jeito de começar as férias.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Barcelona de novo


Faz tempo que eu não passo por aqui, mas esses ultimos tempos aconteceu bastante coisa, e finalmente acabou a ultima sequencia desse meu primeiro ano de Supélec. Mas vamos por partes, para aos poucos colocar tudo em dia.


Estavamos no meio de maio, e eu estava ficando louco procurando estagios. Em todos os lugares que eu olhava, todos os estagios eram de no minimo de 6 meses, e eu estava procurando um estagio bem menor. Aqui na Supélec, temos que fazer durante as férias de verão um estagio de 2 à 3 meses. Mas o problema é que esse tipo de estagio não é nem um pouco interessante para a maioria das empresas.

Embora no final tudo fosse dar certo, eu ainda não sabia disso, e estava bem anscioso, procurando em tudo que era lugar. Mas pelo menos teve um feriado, o de “Ascensão”, para esquecer um pouco a loucura que estava sendo aquela busca até então infrutifera.

Eu, o Vitor, o Diogo e o Mauricio aproveitamos o feriado e fomos viajar para Barcelona. Fomos juntos com um pessoal da Chimie Paris. Fazia menos de dois meses que eu tinha ido para lá, mas como era Barcelona, eu achava que valia a pena voltar. E como eu tive razão.

A viagem de ida no onibus durou mais do que a noite toda, e chagamos la na quinta-feira.

Mas foi bom poder ir de novo para a praia. Não cheguei a entrar no mar, mas só de andar pela areia, ou ficar ali sentado conversando, sem nenhuma preocupação, foi muito bom.

Um dos dias, claro que fomos até a Sagrada Familia. Embora eu já conhecesse, valeu de mais ir uma outra vez. Minha admiração por ela apenas aumentou. O tanto de detalhes que eu nem tinha percebido a primeira vez que fui, aquela simbologia toda, sem contar a iluminação e as cores. É a catedral mais linda que eu já fui.

Passamos um bom tempo também no parque Güell, outra obra incrivel do Gaudi.


Conheci lugares novos também, que eu não tinha visto na primeira vez que fui à Barcelona. A arena de touradas, o parque Citadela, o Arc de Trionf de Barcelona, e um jardins suspensos que pareciam que sempre eram passagens quando iamos de um canto a outro de Barcelona.


 O Vitor tinha um contato de um cara que mora lá, e assim, acabamos conhecendo três espanhois muito gente boa. Fomos almoçar com eles em um restaurante chineis bem tipico, e eles nos chamaram também para ir para um concerto de rock que ia ter, onde um deles ia tocar.

Pensavamos que ia ser algo bem tranquilo, em um barzinho, ou algum lugar parcido. Mas não. Era um concerto à céu aberto, em uma preça gigante, e com muita gente assistindo. Tinham várias bandas, e elas tocaram por horas. Pena que chagamos no final. Mas parece que foi animal, o pessoal que estava lá parecia bem animado.

Aquela na verdade era nossa ultima noite em Barcelona. Saimos todas as três noites que ficamos lá. O melhor esquema, pareceu ser fazer como um “pub crawl”. Você vai para um bar, fica até uma da manhã, e depois você tem direito a ir em três baladas diferentes.

Mas aquela noite, depois do concerto, fomos até Barceloneta, ficar ali pela praia mesmo. É lá que ficam as principais baladas de Barcelona, e a maioria delas tem um terraço que chega a encostar na areia da praia. Toda essa parte fica cheia de gente.

No domingo tivemos que acordar cedo, para pegar o onibus de volta para Paris. A França tem alguns aspectos parecidos com o Brasil, e um deles, é que todo mundo aproveita para viajar no feriado. A estrada estava um inferno, demoramos o dia inteiro para chegarmos em Paris, e depois ainda foi dificil chegar na Supélec. Essa foi a segunda vez que foi dificil sair de Barcelona. Mas não importa, a viagem foi muito boa, e eu quero voltar de novo pra lá.