segunda-feira, 30 de julho de 2012

Meus pais na França


Se os 12 meses que eu estou morando na França passaram rápido, o mês que os meus pais passaram aqui passou voando. Foi muito bom poder estar com eles ali, todos os dias. Aquelas coisas que quando viram rotina a gente não percebe. Um jantar, em casa mesmo, nada muito sofisticado, mas onde a gente pode ficar conversando por horas. O fato de poder encontrá-los todos os dias; morar junto com eles de novo. Não apenas contar como foi o meu dia, mas viver experiências novas juntos.

Alem disso, os meus pais aproveitaram para me usar um pouco de guia turistico, para que eu mostra-se Paris para eles, e eu aproveitei a companhia deles para conhecer lugares que eu ainda não tinha ido. Finalmente subi a torre Eiffel. E embora eu soubesse como ela era grande, eu não imaginava como a vista de lá era impressionante. Primeiro fomos até a metade da torre, e de lá já da para ver toda Paris. Mas quando subimos até o topo, a vista é expetacular. Lá é tão alto, que os predios não chegam a cobrir a visão das ruas; tava para ver a base do Arco do Triumfo e os carro passando na rotatoria. E o dia estava tão bonito que eu até tentei achar a Supélec lá de cima. Consegui ver o aeroporto de Orly, e vi várias plantações, mas a Supélec mesmo eu não sei se da para ver.

Também andamos de barco pelo Sena, e fomos até o Invalides, lugar onde Napoleão esta enterrado. Finalmente conheci o palácio de Versailles e o seu jardim. Realmente é um lugar muito bonito, e o jardim é gigante. Consegui finalmente ver todo o museu de Orsay, que é muito bonito e onde teve uma grande coincidencia. Encontrei lá dois amigos meus da Poli, o Cauê e a Lais.



Levei meus pais para conhecerem a Supélec, e de verdade, eu acredito que eles ficaram com dó de como eu moro longe. Nesse mês deu para ver como é bom morar em Paris, sair de casa e estar praticamente do lado do mêtro. Poder ir para qualquer lugar de Paris em 20 minutos no máximo. Foi dificil voltar pra Supélec.

Mas então esse mês passou. Levei meus pais até o aeroporto, e mais uma vez me despedi deles. E, voltei para a Supélec.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Val de Loire


Então chegou o ultimo final de semana antes de meus pais voltarem para o Brasil, e decidimos aproveitar esse tempo passeando sábado e domingo no Val de Loire, uma região da França conhecida por seus vários castelos. Sábado, 7 de julho, fomos cedo para a gare de Lyon alugar mais uma vez o carro, e começamos a notar que julho realmente é alta estação aqui na Europa. Tivemos que esperar bastante tempo na fila, e depois, para sair de Paris, pegamos um trânsito bem grande.

Para fugir do transito, saimos da rodovia principal. Decidimos então que passariamos em Orleans apenas na volta. Esse desvio fez com que passassemos inesperadamente por Châteaudun, uma cidade que eu nunca tinha ouvido falar. Mas, lá estava tendo uma feira mediavel. As ruas estavam repletas de barraquinhas, vendendo comidas e objetos tipicos, e os vendedores e várias outras pessoas estavam vestidas à carater. Uma coisa bem legal.

Continuando viagem, passamos rapidamente por Blois, e fomos seguindo o rio até Amboise. O Château d’Amboise fica em cima de uma colina, de onde se tem uma vista privilegiada do rio. Ele não é muito grande, mais apresenta um jardim muito bonito que é cercado por muros. Ele não é famoso apenas porque alguns reis francêses moraram lá, mas Leonardo da Vinci chegou a morar lá tambem. Alem disso, Leonardo esta enterrado ali, em uma capela que fica no jardim.

Fomos então para Tours, procurar um hotel para passar a noite. Em todas as viagens que fizemos, não tinhamos reservado hotel com antecedência. Sempre chegavamos na hora, viamos qual era a melhor cidade para pousarmos, e procuravamos um hotel. Nunca tivemos muitos problemas com isso, mas em Tours, estava impossivel achar um hotel com quartos livres. Com o verão e o inicio das férias tudo estava lotado. Foi depois de várias indicações que finalmente achamos um lugar com vagas.

Deixamos as coisas rapidamente no hotel, e fomos até o Château de Villandry, que fica ali perto. Naquela noite, ia ter um espetaculo especial no castelo. Eles iluminaram todo o jardim, que era bem grande, com várias lanternas iluminadas por velas. Tinham algumas atrações, como um pessoal cantando, uma apresentação com um cavalo, e para finalizar, meia hora de queima de fogos de artificio. Os fogos foram soltos perto de um lago, que fica no jardim do castelo, e eles acompanhavam o ritmo da musica ao fundo.



No outro dia, depois de conhecer um pouco de Tours, cidade que começou a ser criada no século I, fomos até Chenonceau. O acesso aos jardins do castelo é pago. Mas não queriamos entrar nesse castelo, apenas ve-lo por fora. Então, demos a volta no rio e fizemos uma pequena trilha para chegarmos até ele. É um castelo muito bonito, que fica sobre o rio, ligando uma margem à outra.


Depois, passamos rapidamente por Cheverny, e fomos até o Château de Chambod. Esse castelo fica em uma propriedade gigante, onde algumas pessoas vão para caçar. O castelo foi inicialmente construido como um lugar que o rei utilizava quando estava caçando. Mais tarde chegou a ser expandidos por outros reis, como o Louis XIV. Com certeza esse é o castelo mais imponente do Val de Loire, e o maior. O interior apresenta trofeus de caça e uma escada que dizem ter sido projetada por Leonardo da Vinci. Lá dento, durante a visita, ficava tocando uma banda, que todo o tempo ia andando pelos aposentos do castelo.




Antes de voltar à Paris, passamos por Orleans.  É incrivel como a cidade ainda se lembra e homenageia a Joanna d’Arc. Ela liberou a cidade de um cerco a mais de 500 anos atras. Na frente da catedral da cidade, tem duas estatuas em homenagem à ela. No hotel de ville, alem de uma estatua, tinha um cartaz falando sobre um festival que iria comemorar os 600 anos de seu nascimento. A avenida principal da cidade antiga leva o nome dela, e um ponto turistico muito famoso foi a casa onde ela ficou.

Jantamos em Orleans e depois voltamos para Paris.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Belgica e Holanda



Era o segundo final-de-semana que meus pais estavam aqui. Sexta-feira, alugamos mais uma vez um carro, e dessa vez fomos viajar rumo à Holanda.

No caminho, ainda na Belgica, paramos para olhar um mapa, feito a moda antiga, de papel mesmo, uma vez que fora da França o meu celular não tem acesso à internet. E foi nisso que meu pai percebeu que ali perto, um pouco antes de Bruxelas, ficava Waterloo, local da última derrota de um do maiores homens franceses, Napoleão Bonaparte.

Tivemos que rodar um pouco a cidade até encontrar o campo da batalha de 1815. A batalha ocorreu em um campo amplo, e em um lugar, elevaram uma colina. No topo dessa colina colocaram uma grande estatua de um leão. Esse local simbolisa onde um pricipe foi ferido durante a batalha. Em cima dessa colina, tem-se uma vista panorâmica do campo, e existem placas explicando o posicionamento das tropas, e onde cada batalhão ficou. No campo, estão placas falndo onde ficaram fileiras de soldados, ou onde alguem importante morreu. Ali perto, esta também o ultimo quartel-general de Napoleão.

Continuando viajem, passamos de carro por Antwerpen. A uns seis meses atrás eu visitei Antwerpen. Foi incrivel passar por algumas ruas que eu pensava que nunca mais ia ver de novo; e ainda por cima, conseguir me localisar mais ou menos e lembrar que eu tinha andado justamente por elas.

Depois, fomos para Rotterdam, onde passamos a noite. Rotterdam é uma cidade portuaria, e um centro econômico muito importante. Então, ela apresenta uma arquitetura bem moderna, com alguns prédios diferentes. Mas isso não diminui a beleza de seus canais, onde ficam pequenos portos.

De manhã, antes de ir para Amsterdam, passamos num pequeno vilarejo chamado Kinderdijk, conhecida por apresentar vários daqueles mundialmente famosos moinhos de vento. Os moinhos de vento, uma vintena deles, se alinham perto de dois pequenos riachos. Há um caminho no meio das águas que leva até os moinhos. Ali, pode-se observar aquela paisagem tipica que se imagina da Holanda. E mesmo estando chovendo, e muito, a paisagem é muito bonita.


Em Amsterdam conhecemos o museu da Heineken. Ele é muito legal, e no final é possivel fazer uma garrafa de cerveja personalisada com o seu nome. Aproveitamos e depois fomos fazer o passeio de barco, que esta incluso na entrada do museu, pelos canais de Amsterdam. Passeamos um pouco pela cidade, vimos os seus lindos canais, e no outro dia, passeamos pelo parque onde fica o “I amstersam”. Descobri que a pista de gelo que tinha lá da ultima vez que eu fui é na verdade um pequeno espelho d’água.


Voltamos para a Belgica, para ir até Bruges. Meus pais também se encantaram por aquela cidadezinha medieval. Almoçamos na praça principal, com a vista daquela torre imponente. Passamos pela Basilique du Saint-Sang, pelas várias igrejas e canais que cortam a cidade. Bruges era também uma cidadee que eu já tinha visitado. Várias vezes eu lembrava dos lugares que eu passei, dos caminhos que eu fiz, e dos lugares que eu parei para tirar uma foto. Foi bom estar ali de novo. Interessante também ver as coisas que mudaram. As árvores mais floridas, parte da reforma de uma das igrejas tinha avançado, e um jardim novo que colocaram no patio da torre, sem contar o clima mais agradável.

Segunda de noite, então, estavamos de volta à Paris.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Fête de la Musique


Foi apenas depois de me mudar para a Europa que eu comecei a entender direito essa coisa de estações do ano, e isso que o verão tem de tão especial. Aquelas coisas que viamos em livros, das folhas caindo no outono, voltando a florescer na primavera, e dos dias mais curtos do inverno; coisas que realmente acontecem por aqui. Então, como não podia deixar de ser, para comemorar a época mais felilz do ano existe uma grande festa no solsticio de verão: a Fête de la Musique.

No dia 21 de junho, estava passando os dias com os meus pais em Paris. O dia começou meio cinza, chuvento. No inicio da tarde fomos procurar uma das atrações do dia, que estava tocando em um jardim ali perto. Mas por causa da chuva do inicio da tarde, os equipamentos da banda estavam enconstados na parede, e o pessoal estava ali apenas conversando. Depois de um tempo, fomos em um outro lugar, perto da Champs-Elysées, mas que também não estava lá essas coisas.

Comecei a achar que essa Fête de la Musique seria como a Nuit Blach, e que não veriamos nada de muito interessante naquele dia. Mas como eu estava enganado!

Depois de uma pausa em um café, tinha parado de chover e fomos até o Musée d’Orsay. Lá, mais a noite, teria a apresentação de um coral finlandeis. Chegamos com bastante tempo de antecedência, e já tinha bastante gente esperando do lado de fora. Quando abriram as portas, conseguimos pegar um lugar bom para ver a apresentação. A apresentação foi dentro do proprio museu. O museu fica em uma antiga gare. Assim, o meio dele é bem amplo, todo aberto, em um só andar. Essa parte é dedicada as esculturas. O coral ficou logo depois da entrada, que é feito no primeiro andar, em um lugar mais elevado, mas que tem uma visão direto pro centro do museu. O publico todo ficou naquele imenso patio, em meio às estruturas.

Quem cantou foi um coral finlandeis masculino, um dos mais respeitáveis do mundo. E aquela apresentação ali, bem no meio daquele museu, de uma arquitetura linda, e aquelas maravilhosas estatuas do lado, foi algo bem marcante.

E mal acabou a apresentação, saimos do museu, atravesamos o Sena e fomos logo até o Louvre. Lá também ia ter um espetaculo por causa da Fête de la Musique.

O concerto foi ali, no imenso vão que fica em baixo da piramide do Louvre. Era a orquestra de Paris que tocou. Junto com a orquestra, teve a apresentação também de um harpista, que tocava muito bem. Era para a apresentação durar uma hora. Mas ela estava muito boa. Depois dessa uma hora, o pessoal aplaudiu tanto e pediu bis, que o maestro voltou para tocar mais uma musica. Quando ele saiu, tudo se repediu, e ele voltou para tocar uma outra.

Foi um dia memorável, e um jeito e tanto de começar o verão.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Normandia


Meus pais tinham acabado de chegar, as provas mal terminaram, e não perdemos tempo para aproveitar o primeiro final-de-semana. Alugamos um carro, e saimos de Paris na sexta, em direção à Normandia. Tivemos um pouco de sorte e pegamos um Peugeot 208, cheirando  a novo, com menos de 3000Km rodados.

Primeiro, passamos por Giverny, onde fica a antiga casa de Monet, que possui os jardins eternizados em seus quadros. Parte do jardim circunda um pequeno lago, que é atravessado por pequenas pontes, e é lindo. Ainda por cima, tivemos a sorte de ir em uma época boa, ainda na primavera, com as flores no seu auge. O mais legal, é que dias depois iriamos ver no museu de l’Orangérie, em Paris, as Nymphéas, que foram pintadas justamente nesse jardim.

Seguindo de lá, passamos por Rouen, cidade em que a Joanna d’Arc foi queimada. Existe um marco no lugar onde foi a fogueira. E pernoitamos na agradável Caen, que apresenta um castelo do Guilherme, o Conquistador. No outro dia, fomos de carro percorrendo parte da costa da Normandia.

Aquela parte de terra da Normandia apresenta uma historia incrivel. Primeiro, a parte mais recente: é lá que estão as famosas praias do dia D. Lugar em que ocorreu o desembarcamento; o inicio do fim da Segunda Guerra. As praias ainda guardam alguns bunkers. Em uma delas esta um imenso cemitério americano, o mesmo que aparece no final do filme “O Resgate do Soldado Ryan”. Em outra, as marcas das bombas ainda podem ser vistas.

No entanto, ali também foi onde Guilherme I nasceu. Uma tapeçaria em Bayeux, com quase 100 metros de comprimento conta a historia dele e de Harold. Ela diz como Guilherme, duque da Normandia, enfrentou Harold, para se tornar rei da Inglaterra.

Um pouco mais afastado dessas prais, passando a peninsula, fica o Monte de Saint-Michael. E se a sua reputação o precede, existe um motivo. Um antigo mosteiro entalhado em uma ilha de pedra, que se deselvolveu até virar uma imponente fortaleza. No entanto, ele nem sempre é uma ilha. Quando fomos, devido a maré baixa, ao redor do monte, por quilometros, tinha apenas a areia molhada. Dizem que é necessário ir ao menos duas vezes ao Monte Saint-Michael, uma com a maré alta, e outra com a maré baixa, pois ambas as visões são deslumbrantes mas bem diferentes.



No final da viagem passamos por Saint Malo, perto do monte Saint-Michel, praticamente a divisa entre Normandia e Bretanha. Uma antiga cidade de corsários, cercada completamente por muralhas. A vião do mar, de cima de suas muralhas, é linda.

Domingo bem de noite estavamos de volta em Paris. O final de semana foi incrivel, muito bom poder viajar como meus pais de novo; me fez me lembrar de quando eu era mais novo e viajavamos de carro. O bom também, é que já era praticamente verão, então podemos aproveitar a luz do dia até tarde; eram mais de dez horas quando ficava escuro.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Enfim, férias


Passava do meio de maio, as provas começavam a se aproximar, mas as associações da Supélec estavam trabalhando a mil. Elas estavam melhorando muito a vida no campus, com vário eventos. Um dos dias, teve uma  apresentação de capoeira, e eu estava na França quando entrei pela primera vez em uma roda de capoeira.

O calor começava a chegar, e então, em uma tarde de quinta, colocaram uma piscina de plastico no gramado da Supélec. A piscina era grande e ficava lotada. Ela era coberta com espuma, e a água estava muito refrescante. Obviu que dei um mergulho, ainda mais com aquele sol bem forte. Para melhorar ainda mais, de tempos em tempos faziam um open de cerveja.

Num sábado, fomos para Paris comemorar o aniversário do Raul em uma Pizza Hut. Lá, sentada em uma outra mesa, tinha a pessoa que eu mais vi comer em toda a minha vida. Era uma menina, magra, com um livro, que simplesmente não parava de comer. Era rodizio, e ela sempre ia pegar mais pizzas. Com certeza ela comeu mais do que qualquer um que estava na nossa mesa, isso por que a gente comeu bastane. Foi algo que realmente me impressionou.

Naquele mesmo dia, teve o Point Gamma. É uma festa da Polytechnique, e é a maior festa universitária da França. Sempre tocam DJs bem famosos, e nessa edição foram Bob Sinclar e Alexandra Stain. Como desde quando eu chegei na França eu tinha ouvido falar dessa festa, a espectativa estava muito alta, mas mesmo assim, ela foi muito boa.

Então, o final do ano letivo estava chegando. Não eram apenas as provas que se aproximavam, mas eu tinha um projeto de logiciel para entregar, no qual deveriamos criar um jogo com toda a interface gráfica e inteligencia artificial. E ele não estava nem perto de funcionar. Mas, finalmete eu entreguei o projeto, e na outra semana, fiz as ultimas provas do meu primeiro ano de Supélec.

Na quarta, dia 13, foi a ultima prova. Na verdade na quinta eu tive prova também, mas era apenas de inglês. Então, assim que acabou a prova de quarta, fui correndo para o aeroporto, finalmente encontrar minha mãe e meu pai, depois de quase um ano longe deles. Foi um otimo jeito de começar as férias.