A Supélec,
como sempre, foi cruel até o final. Na sexta-feira, 13 de abril, tive a
reposição do laboratorio, que para mim é na terça. Tive que ficar até as seis
horas da tarde, mas depois disso, eram férias. Duas semanas inteiras de férias.
Eu, o
Fernando, o Janailson, o Daniel e o Raphael, pegamos um trem noturno para
Marseille. Tinhamos decidido que iriamos conhecer o sul da França na primeira
semana de férias. Sabado de manhã, chegamos em Marseille.
Depois de
deixarmos as coisas no hotel fomos conhecer a cidade. Marseille é uma cidade à
beira mar. O centro dela é no Vieux Port (porto velho), que é onde fica uma
grande marina com muitos barcos. Ali perto tem uma rua bem ampla, toda calçada,
apenas para pedestres, onde ficam alguns restaurantes. Seria lá que
almoçariamos mais tarde. Perto do mar ficam também algumas antigas
fortificações. No ponto mais alto da cidade foi construido uma catedral. A
visão é bem bonita, mas para subir até lá, tivemos que subir por uns caminhos
bem ingremes.
Mais para o
final da tarde, tentamos ir até uma praia. Pegamos um onibus perto do hostel,
em Vieux Port, e queriamos ir até um ponto chamado La Plage(a praia). Mas no
meio do caminho, o onibus parou e o motorista disse que naquele dia eles iam
apenas até ali. Já estavamos em uma praia, que não era a que queriamos, e lá
estava uma multidão. Um candidato para a presidência de França estava fazendo
um comicio. Era um candidato bem de esquerda, e viamos ali uma multidão
toda vermelha, e com várias bandeiras vermelhas.
Ficamos um
poco ali observando o mar, mas estava ventando muito e começando a ficar
frio(principalmente por causa do vento que estava bem forte) e resolvemos ir
embora. Para voltar, tinhamos que pegar o metro, e o mais perto ficava a uns 40
minutos de caminha. Quando estavamos indo embora, o comicio acabou, e aquela
multidão foi nos acompanhando até o metro.
De noite
fomos até a casa de um amigo do Janailson, o Raphael, e decidimos que no outro
dia, iriamos nas famosas calanques de Marseille.
As
calanques ficam meio afastadas de Marseille. Para chegar até elas, pegamos
um onibus e então tivemos que fazer uma pequena caminhada por uma trilha. Mas ali
parece um pedaço do paraiso. Tem várias falesias e pedras que dão em uma água
cheia de tons de azuis mas bem cristalina, que da para ver as pedras e corais lá
no fundo. É muito bonito.
No final da
tarde, pegamos o carro que tinhamos alugado, e fomos para a proxima cidade, sem
saber exatamente qual ela era. A nossa idéia era irmos margeando a costa, até
Monaco, e ir parando nas cidades que achassemos interessantes.
Foi assim
que chegamos até Cassis, uma cidade bem pequena, que não aparecia no guia que
estavamos levando, mas que era muito bonita. Ela tinha um centro pequeno que
dava na praia, e lá, à esquerda, tinha uma grande falesia com um antigo castelo
no topo.
Saindo
dessa cidade, pegamos a Rote des Crêtes. Logo no inicio, tinha uma placa avisando
que devido a ventos fortes, às vezes aquela estrada fechava, mas logo embaixo
tinha uma placa verte escrito “aberto”. Essa estradinha ziguezagueava pelo topo
das montanhas, o que nos dava uma vista linda do Mediterrâneo. Ainda mais
naquela hora, que era por do sol.
Dormimos
aquela noite em Toulon.
No outro
dia, continuamos contornando a costa do sul da França. Uma hora, pouco depois
de sairmos de Toulon, estavamos parados em uma birfurcação de uma estradinha,
decidindo para que lado deveriamos ir, e para um carro meio militar logo atras
da gente. O cara nos diz que nos não poderiamos estar ali, e que deveriamos
voltar para pegar uma outra estrada.
Naquela
segunda, passamos por vários lugares. Passamos por castelos que ficavam
praticamentes ilhados pelo mar, por grandes salinas, por algumas peninsulas, por
várias plantações de uvas, por praias muito bonitas, que estavam praticamente
desertas, e por varias falesias e pedras, de varias cores. Almoçamos em um
restaurante praticamente na praia, em uma cidade pequena, perdida ali na costa
do Mediterrâneo.
Como já
estamos bem dentro da primavera e estamos no horario de verão, os dias estão
bem longos, então as 8, 9 da noite, ainda esta meio claro, e é possivel
aproveitar por muito tempo a luz do sol.
No meio da
tarde, chegamos em Saint Tropez. O centro dela, como na maioria das cidades
ali, fica perto da marina, que estava bem cheia. Ali perto ficam várias
lojinhas, e o centro antigo. Na parte mais alta, fica uma antiga fortificação.
A noite
chegamos em Cannes, que foi onde durmimos aquele dia. Cannes é bem legal, e
praticamente tudo remete ao festival de cinema que acontece lá. Seja a
decoração do restaurante onde jantamos, como também as proteções na calçadas. O
principal prédio lá, é o Palacio do Festival. Ele é rodeado como por uma
calçada da fama. Da parte velha da cidade, que fica mais alta, se tem uma boa
vista do palacio e da marina, que fica logo ali do lado.
A tarde
seguimos viagem, e continuamos passando por várias praias. Em uma delas chegamos
a mergulhar no mar. A água estava muito fria, tentei ficar um pouco mas não
tinha como. Mas deu para perceber que o Mediterrâneo é realmente mais salgado
que o Atlantico.
Fomos para
Antibes, que é uma cidade que tem uma marina incrivel. Lá ficam os iates mais
luxuosos do mundo. Um dos iates que estava lá, era o terceiro mais caro a já
ser construido. A cidade também é bem legal, ela possui uma muralha entre a
cidade e o mar.
Como no
outro dia queriamos ir para Grace, dormimos aquela noite em um hotel no meio do
caminho. Assim que vimos o hotel pensamos que iriamos morrer aquela noite. Ele parecia
meio sombrio. Era como uma casa de fazenda, e ficava no meio da estrada, meio
afastado de tudo. Mas até que ele era bom, e o quarto não era tão ruim.
Então, na
quarta de manhã chegamos em Grace, que é uma cidade conhecida por produzir
perfumes. Fizemos uma visita à perfurmaria mais antiga da França, fundada em
1849, onde vimos todo o processo de preparação de um perfurme.
Depois,
fomos rumo à Monaco, mas no caminho, passamos por Eze. Eze é uma antiga cidade
medieval, feita toda de pedra, incrustada no pico de uma montanha. Suas ruas
são estreitas, e cheias de escadas, no topo, existe um jardim. Ali é bem alto,
e a vista é incrivel, podendo-se ver muito longe.
E então,
chagamos em Monaco. O principado é bem pequeno, mas isso fazia dele ainda mais
incrivel. Várias ruas pelas quais passavamos eram as mesmas que eu já tinha
visto pela TV, nas corridas de Formula 1. Como o GP vai ser no mês que vem,
eles já estavam preparando as coisas para a corrida. Já tinham vários guard
rails, as zebras, aquelas faixas que ficam em cima da pista, e até o desenho no
chão da largada. Peguei o carro, e dei uma volta pelo mesmo circuito que os
pilotos vão fazer. A unica parte que não foi exatamente igual era uma
rotatoria, que eles fazem na contra mão.
Também
entramos no famoso casino de Monte Carlo. Na porta do casino, estavam vários
carros lindos, Ferraris, Porshes, e até um McLaren. Lá dentro, é o lugar mais
luxuoso que eu já entrei. Um pé direito gigante, com vários salões muito
amplos, e uma decoração indescritivel. Passamos por messas com várias pessoas
de terno jogando roleta ou black jack onde a aposta minima chegava a mais de
100€. Resolvi tentar a sorte nos caça-niqueis, e acabei ganhando quase 5€.
Naquela
noite durmimos em Nice.
No outro
dia de manhã, quinta, me despedi do pessoal. A tarde eu ia pegar um trêm de
volta para Paris, porque na sexta eu ia pegar um avião para os paises balticos,
e eles iam continuar viajando ali na costa do mar Mediterrâneo até sabado.
Ainda deu
tempo de eu dar uma rapida visitada em Nice. Andei pela Promenade des Anglais,
à beira mar, e também pelo centro velho,
que levava até a uma antiga fortaleza que fica em cima de uma colina, de onde
se tem uma vista bem legal.
Por volta
da uma da tarde peguei o TGV de volta à Paris.