domingo, 29 de abril de 2012

Spring Break - Parte 1 - Sul da França

A Supélec, como sempre, foi cruel até o final. Na sexta-feira, 13 de abril, tive a reposição do laboratorio, que para mim é na terça. Tive que ficar até as seis horas da tarde, mas depois disso, eram férias. Duas semanas inteiras de férias.

Eu, o Fernando, o Janailson, o Daniel e o Raphael, pegamos um trem noturno para Marseille. Tinhamos decidido que iriamos conhecer o sul da França na primeira semana de férias. Sabado de manhã, chegamos em Marseille.

Depois de deixarmos as coisas no hotel fomos conhecer a cidade. Marseille é uma cidade à beira mar. O centro dela é no Vieux Port (porto velho), que é onde fica uma grande marina com muitos barcos. Ali perto tem uma rua bem ampla, toda calçada, apenas para pedestres, onde ficam alguns restaurantes. Seria lá que almoçariamos mais tarde. Perto do mar ficam também algumas antigas fortificações. No ponto mais alto da cidade foi construido uma catedral. A visão é bem bonita, mas para subir até lá, tivemos que subir por uns caminhos bem ingremes.


Mais para o final da tarde, tentamos ir até uma praia. Pegamos um onibus perto do hostel, em Vieux Port, e queriamos ir até um ponto chamado La Plage(a praia). Mas no meio do caminho, o onibus parou e o motorista disse que naquele dia eles iam apenas até ali. Já estavamos em uma praia, que não era a que queriamos, e lá estava uma multidão. Um candidato para a presidência de França estava fazendo um comicio. Era um candidato bem de esquerda, e viamos ali uma multidão toda vermelha, e com várias bandeiras vermelhas.

Ficamos um poco ali observando o mar, mas estava ventando muito e começando a ficar frio(principalmente por causa do vento que estava bem forte) e resolvemos ir embora. Para voltar, tinhamos que pegar o metro, e o mais perto ficava a uns 40 minutos de caminha. Quando estavamos indo embora, o comicio acabou, e aquela multidão foi nos acompanhando até o metro.

De noite fomos até a casa de um amigo do Janailson, o Raphael, e decidimos que no outro dia, iriamos nas famosas calanques de Marseille.

As calanques ficam meio afastadas de Marseille. Para chegar até elas, pegamos um onibus e então tivemos que fazer uma pequena caminhada por uma trilha. Mas ali parece um pedaço do paraiso. Tem várias falesias e pedras que dão em uma água cheia de tons de azuis mas bem cristalina, que da para ver as pedras e corais lá no fundo. É muito bonito.



No final da tarde, pegamos o carro que tinhamos alugado, e fomos para a proxima cidade, sem saber exatamente qual ela era. A nossa idéia era irmos margeando a costa, até Monaco, e ir parando nas cidades que achassemos interessantes.

Foi assim que chegamos até Cassis, uma cidade bem pequena, que não aparecia no guia que estavamos levando, mas que era muito bonita. Ela tinha um centro pequeno que dava na praia, e lá, à esquerda, tinha uma grande falesia com um antigo castelo no topo.

Saindo dessa cidade, pegamos a Rote des Crêtes. Logo no inicio, tinha uma placa avisando que devido a ventos fortes, às vezes aquela estrada fechava, mas logo embaixo tinha uma placa verte escrito “aberto”. Essa estradinha ziguezagueava pelo topo das montanhas, o que nos dava uma vista linda do Mediterrâneo. Ainda mais naquela hora, que era por do sol.


Dormimos aquela noite em Toulon.

No outro dia, continuamos contornando a costa do sul da França. Uma hora, pouco depois de sairmos de Toulon, estavamos parados em uma birfurcação de uma estradinha, decidindo para que lado deveriamos ir, e para um carro meio militar logo atras da gente. O cara nos diz que nos não poderiamos estar ali, e que deveriamos voltar para pegar uma outra estrada.

Naquela segunda, passamos por vários lugares. Passamos por castelos que ficavam praticamentes ilhados pelo mar, por grandes salinas, por algumas peninsulas, por várias plantações de uvas, por praias muito bonitas, que estavam praticamente desertas, e por varias falesias e pedras, de varias cores. Almoçamos em um restaurante praticamente na praia, em uma cidade pequena, perdida ali na costa do Mediterrâneo.



Como já estamos bem dentro da primavera e estamos no horario de verão, os dias estão bem longos, então as 8, 9 da noite, ainda esta meio claro, e é possivel aproveitar por muito tempo a luz do sol.

No meio da tarde, chegamos em Saint Tropez. O centro dela, como na maioria das cidades ali, fica perto da marina, que estava bem cheia. Ali perto ficam várias lojinhas, e o centro antigo. Na parte mais alta, fica uma antiga fortificação.

A noite chegamos em Cannes, que foi onde durmimos aquele dia. Cannes é bem legal, e praticamente tudo remete ao festival de cinema que acontece lá. Seja a decoração do restaurante onde jantamos, como também as proteções na calçadas. O principal prédio lá, é o Palacio do Festival. Ele é rodeado como por uma calçada da fama. Da parte velha da cidade, que fica mais alta, se tem uma boa vista do palacio e da marina, que fica logo ali do lado.



A tarde seguimos viagem, e continuamos passando por várias praias. Em uma delas chegamos a mergulhar no mar. A água estava muito fria, tentei ficar um pouco mas não tinha como. Mas deu para perceber que o Mediterrâneo é realmente mais salgado que o Atlantico.

Fomos para Antibes, que é uma cidade que tem uma marina incrivel. Lá ficam os iates mais luxuosos do mundo. Um dos iates que estava lá, era o terceiro mais caro a já ser construido. A cidade também é bem legal, ela possui uma muralha entre a cidade e o mar.

Como no outro dia queriamos ir para Grace, dormimos aquela noite em um hotel no meio do caminho. Assim que vimos o hotel pensamos que iriamos morrer aquela noite. Ele parecia meio sombrio. Era como uma casa de fazenda, e ficava no meio da estrada, meio afastado de tudo. Mas até que ele era bom, e o quarto não era tão ruim.

Então, na quarta de manhã chegamos em Grace, que é uma cidade conhecida por produzir perfumes. Fizemos uma visita à perfurmaria mais antiga da França, fundada em 1849, onde vimos todo o processo de preparação de um perfurme.

Depois, fomos rumo à Monaco, mas no caminho, passamos por Eze. Eze é uma antiga cidade medieval, feita toda de pedra, incrustada no pico de uma montanha. Suas ruas são estreitas, e cheias de escadas, no topo, existe um jardim. Ali é bem alto, e a vista é incrivel, podendo-se ver muito longe.



E então, chagamos em Monaco. O principado é bem pequeno, mas isso fazia dele ainda mais incrivel. Várias ruas pelas quais passavamos eram as mesmas que eu já tinha visto pela TV, nas corridas de Formula 1. Como o GP vai ser no mês que vem, eles já estavam preparando as coisas para a corrida. Já tinham vários guard rails, as zebras, aquelas faixas que ficam em cima da pista, e até o desenho no chão da largada. Peguei o carro, e dei uma volta pelo mesmo circuito que os pilotos vão fazer. A unica parte que não foi exatamente igual era uma rotatoria, que eles fazem na contra mão.

Também entramos no famoso casino de Monte Carlo. Na porta do casino, estavam vários carros lindos, Ferraris, Porshes, e até um McLaren. Lá dentro, é o lugar mais luxuoso que eu já entrei. Um pé direito gigante, com vários salões muito amplos, e uma decoração indescritivel. Passamos por messas com várias pessoas de terno jogando roleta ou black jack onde a aposta minima chegava a mais de 100€. Resolvi tentar a sorte nos caça-niqueis, e acabei ganhando quase 5€.



Naquela noite durmimos em Nice.

No outro dia de manhã, quinta, me despedi do pessoal. A tarde eu ia pegar um trêm de volta para Paris, porque na sexta eu ia pegar um avião para os paises balticos, e eles iam continuar viajando ali na costa do mar Mediterrâneo até sabado.

Ainda deu tempo de eu dar uma rapida visitada em Nice. Andei pela Promenade des Anglais, à beira mar, e também pelo centro velho, que levava até a uma antiga fortaleza que fica em cima de uma colina, de onde se tem uma vista bem legal.

Por volta da uma da tarde peguei o TGV de volta à Paris.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Páscoa


Depois de uma semana de provas, como sempre perturbada, e de uma viagem bem agitada, veio a calmaria. Não existiam mais preocupações, sem prazos e dadas para cumprir, e as férias de primavera se aproximando. Tinhamos duas semanas de aulas entre o fim das provas e as duas semanas de férias. Mas por causa da viagem para Barcelona, minha semana na Supélec começaria apenas na quarta, e por causa da Páscoa, a outra segunda-feira seria feriado.

Uma coisa bem diferente na França, é que na Páscoa, a Sexta-feira Santa não é feriado. O feriado é na segunda.

Foi estranho passar mais uma data tão marcante no ano longe do Brasil. Eu conseguia muito bem pensar o que eu estaria fazendo se estivesse em casa. Aqueles almoços e jantas em familia. Ligar a TV e ver que em varios canais estão passando filmes sobre a vida de Jesus. O aniversário do meu primo, o Yhan, que é também nessa época do ano. Sem contar, claro, os ovos de chocolate. Mas pra falar a verdade, aqui não estavamos naquele clima de Pascoa.

Mesmo assim tivemos um feriado muito bom.

Na sexta eu me controlei, para pelo menos não comer carne vermelha. E foi também o primeiro dia da minha aula de equitação. Os esportes mudam a cada sequencia aqui na Supelec, e agora, um deles era equitação. Embora muita gente tenha me aconselhado a não fazer, resolvi tentar, e foi bem legal.

Na primeira aula, mais da metade da aula foi gasta preparando o cavalo. Ou seja, tirando ele do estabulo, colocando a sela e tudo mais. Depois, ficamos andando com eles em um grande patio. Até que não foi muito dificil. As vezes eu puxava a redea para um lado, que eu queria que o cavalo virasse; então, ele virava a cabeça para esse lado, mas continuava indo reto. Mesmo assim foi uma aula bem divertida.

No domingo, no meio do feriado, era aniversário do Café. Teve uma pequena festa no sabado a noite no apartamento dele. Tinha feijoada e guaraná, e estava muito bom. No domingo fizemos também um churrasco, e passamos o resto do dia no apartamento dele, que é na residencia 2, portanto, muito maior.

Amanhã de noite começam finalmente as férias de primavera. Duas semanas que vão ser muito bem aproveitadas.

sábado, 7 de abril de 2012

Barcelona

A primavera chegou, e com ela, uma grande diferença no tempo por aqui. Os dia estão terminando tarde, quase às 8 da noite (ainda mais agora que entrou o horario de verão) e estão também bem mais quentes. Chegou a fazer quase vinte graus e pela primeira vez em muito tempo eu fui para a aula apenas com uma camiseta, sem agasalho. Mas todo esse sol eu via apenas entrando pela janela do quarto. Era semana de provas na Supélec, o que quer dizer que não tinhamos tempo para mais nada.

Nessa sequencia uma das provas foi oral. Ou seja, temos trinta minutos para apresentar um tema e uma questão para o professor. Como apresenta apenas um por vez, os dias da prova oral podem ser diferentes. Como a minha caiu na sexta, eu teria a segunda livre, mas em compensação teria também mais provas em menos tempo.

Então, no meio daquela correria toda de semana de provas, percebemos que tinhamos que aproveitar muito aquele final de semana de três dias. Eu, o Bruno e o Raphael resolvemos ir pra Barcelona!

As provas acabaram na sexta de tarde. Foi apenas o tempo de montar a mala, e pegamos o onibus para irmos ao aeroporto.

Chegamos em Barcelona era quase meia noite. Fomos até o hostel, que ficava em uma travessa da La Rambla. Comecei gostando de Barcelona, a La Rambla ainda estava bem movimentada, mesmo já estando um pouco tarde, e com varios restaurantes abertos, coisas que não achariamos em Paris ou em outras cidades européias, por exemplo.

Apenas deixamos as malas no hostel e saimos para comer alguma coisa. Estavamos morrendo de fome. Encontramos uma “padaria” que vendia uns pães, que eram uma baguete aberta no meio com varias coisas em cima e que eram muito bons. Comemos esse pão enquanto endavamos pela rua, e todos os outros dias que ficariamos lá iriamos fazer o mesmo como café da manhã.

No outro dia acordamos cedo e fomos andar ali por perto. Ali ficava uma parte mais antiga da cidade, com várias ruas bem estreitas, que formam um verdadeiro labirinto. Encontramos duas igrejas, uma delas é a Catedral de Barcelona. Eu achei bem interessante que na parte lateral ela tinha um jardim interno bem bonito, que tinha até uma fonte.


Fomos então ver as obras de Gaudi, arquiteto muito famoso e muito importante em Barcelona. As coisas mais impressionantes que eu vi em Barcelona foram desenhadas por ele. Primeiro vimos a fachada da casa Calvet, e então fomos para a Casa Batlló. Era uma casa grande, de 4 andares, e bem diferente, tanto por dentro, quanto por fora. O cuidado com a iluminação, com vários detalhes com as corrente de ar, e as diferentes formas, principalmente meio onduladas, fazem daquela uma casa bem particular. Quando estava de volta em Paris, um amigo francês comentou que a casa o lembrava o mar.


Depois, fomos para a Sagrada Familia. A fila estava gigante, mas fomos até um McDonald’s e usamos a internet para comprar os bilhetes online.

De longe a Sagrada Familia já impressiona. Não apenas por ser grande, mas pela forma dela. Não é uma daquelas milhares de catedrais gigantes e antigas que se encontra em toda parte da Europa. Ela é diferente. De longe ela me lembrou um castelo de areia. Sempre que eu via uma catedral imponente e antiga aqui na Europa, algumas com quase 700 anos (como a Notre Dame), eu ficava imaginando como seria uma catedral que fosse construida nos dias de hoje. A Sagrada Familia me respondeu isso, e foi uma resposta muito boa.

Quando eu entrei, eu realmente me impressionei. Ela era muito iluminada. A luz entrava por claraboias no teto que não eram visiveis, mas de um tal jeito que iluminavam toda a catedral. As pilastras centrais tinham uma tonalidade meio rosa, e na parte de cima elas se transformavam como em galhos de arvores.

A Sagrada Familia também foi projetada pelo Gaudi, e ainda esta em construção.



De lá, pegamos o metro e fomos para o parque Güell, projetado também por Gaudi. Saindo do metro, andamos um pouco, e como o parque fica em cima de um morro, existem escadas rolantes para ajudar a chegar lá. Estavamos bem alto, e de lá é possivel ver toda Barcelona até o Mediterraneo. Na parte mais alta existe um amontoado de pedras com uma cruz, onde é possivel subir para se ter uma visão melhor ainda. Várias pessoas aproveitavam para ficar ali descansando um pouco.

Estava um sol bem forte. O parque era bem grande, e muito bonito.

 


Fomos então para o Camp Nou, a casa do Futbal Club Barcelona. Chegamos por volta das 17h, e como sabiamos que ia ter um jogo contra o Athletic Bilbao naquele dia, fomos ver se ainda dava para comprar ingressos. Estava tudo esgotado, mas talvez eles colocassem mais alguns à venda à partir das 18h. Comemos um cachorro quente ali dentro do estadio mesmo, e ficamos esperando. Quando voltamos um pouco antes das 18h tinha uma fila bem grande, mas conseguimos comprar os ingressos.

Ficamos esperando por ali até a hora do jogo. O jogo começou as 22h. Como compramos bem em cima da hora, os nossos lugares eram na mesma área, mas não eram juntos. De qualquer forma, ficamos atrás do gol, no anel mais baixo, a muitos poucos metros do gramado.


No primeiro tempo, o Iniesta fez um gol do lado que a gente estava. E deu pra ver o Messi jogando muito. No segundo tempo, como o Barça estava atacando pro outro lado pensamos que iamos sofrer um pouco pra ver o jogo. Mas deu pra ver o Pique jogando muito, e até tirando uma bola em cima da linha do gol. No segundo tempo o Messi fez um gol.

A torcida no estádio é bem mais calma que no Brasil. Os lugares são respeitados, e todo mundo fica sentado. O estádio estava lotado, mas eu achei que o pessoal não vibra tanto como no Brasil.

Depois de voltarmos pro Hostel ainda saimos mais uma vez, para conhecer Barcelona de noite, e aproveitar e comemorar o aniversário do Raphael, que foi no domingo, 1° de abril (não é mentira!).

No domingo fomos conhecer a vila Olimpica, que fica no Parc de Montjuic. Como o parque fica em um morro, se tem uma vista bem legal de lá. O estádio é bem bonito, e na frente dele tem um patio bem grande, com vários niveis, e uma fonte de água escorrendo entre um nivel e outro. Ali tem também uma antena bem diferente. Andamos bastante por lá.


De uma parte do morro, é possivel pegar um teleférico que vai até a Barceloneta, a principal praia de Barcelona. O legal é que ele passa por cima do mar, e se tem uma visão completa da marina, com vários barcos e iates muito grandes e luxuosos.

Fazia muito tempo que eu não ia para uma praia. Por os pés em uma areia aquecida pelo sol e ter uma imensidão de água salgada à sua frente. Era a primeira vez que eu me encontrava com o Mediterraneo. Mesmo que a praia de lá não fosse de pedra, ela não era aquela areia fina que se tem no Brasil. Era uma areia muito mais grossa. E apesar do sol, ainda é só o inicio da primavera, e a brisa do mar deixava tudo meio frio. O mar não tinha ondas, era calmo como uma piscina; mas é verdade que a água era tão limpa, que chegava a ser meio transparente.Eu achava que não teria como se divertir muito na água sem ondas, mas não tinha nem como entrar. A água estava muito gelada, era impossivel dar mais do que um passo para dentro.

Bateu uma saudades das praias do Brasil.


A noite, fomos para uma pequena praça que ficava em um travassa da La Rambla. Ela tinha uma fonte no centro e era cercada por vários restaurantes. Ficamos lá comendo uma pizza e conversando bastante.

No outro dia, estavamos andando pela La Rambla, procurando o restaurante de um hotel que tinham nos indicado para almoçar. Antes, tinhamos tentado ir no restaurante mais antigo de Barcelona, mas como era segunda ele estava fechado. A Rambla estava bem movimetada e uma coisa muito comum lá são aquelas estátuas humanas. Algumas delas são muito bem feitas e tem uma fantasia espetacular.

O restaurante do hotel era muito bom. Ele era muito barato, mas mesmo assim comemos muito bem; um prato de entrada, o prato principal, a sobremesa, mais pão, água e vinho. Tudo muito gostoso. Quando fomos pedir mais alguma coisa para a moça que estava nos servindo, ela nos avisou que ela era brasileira. Então era por isso que ela estava entendendo o nosso portunhol!

Passamos pela praça de Catalunya, para pegarmos o onibus que ia nos levar até o aeroporto. Chegamos no aeroporto e vimos que a maioria dos vôos estavam atrasados, mas o nosso pelo menos indicava que ele estava no horário certo.

Na fila do check-in, algo inusitado aconteceu. O cara que estava atrás da gente era o mesmo que tinha sentado do meu lado no jogo do Barça. Ele até me pediu se no segundo tempo eu podia trocar de lugar com um amigo dele que estava ainda mais perto do gramado.

Fizemos o check-in, fomos para a sala de embarque, e esperamos. O aeroporto de Barcelona não faz a chamada dos vôos pelo alto-falante, então tinhamos que ficar toda hora olhando nos paineis. Chegou 17:30, a hora que o nosso vôo devia sair, e apareceu que ele ia atrasar 10 minutos. 10 minutos se passaram, e apareceu que ele ia atrasar ainda mais, e assim foi, por umas duas horas. Quando finalmente não apareciam mais informações sobre o portão do vôo, fomos procurar o pessoal da compania aérea.

Os controladores aéreos da França estavam de greve, e portanto nenhum vôo que fosse para a França ou passasse por cima dela estava saindo. Tinham vôos cancelados não apenas para a França, mas também para a Alemanhã, Compenhagem, Italia, e todo o leste europeu.

Até que uma hora alguém anunciou que todos os vôos para Paris tinham sido cancelados, e que deveriamos recuperar as bagagens que tinhamos despachados e voltar ao saguão do aeroporto.

Quando chegamos no estande da nossa companhia, tinham três filas gigantes, e dois atendentes para cada fila. Ficamos três horas lá. Enquanto esperavamos, descobrimos que a greve dos controladores seria de dois dias, segunda e terça. Uma hora, um funcionários veio informar a todos que eles teriam vôos para Paris apenas à partir de quarta. Cinco minutos depois ele voltou e disse que todos os vôos de quarta já estavam lotados, e eles só teriam à partir de quinta. Nisso ainda estavamos no meio da fila. Tentamos comprar logo passagens de trem pela internet, mas como não dava para imprimirmos elas, só poderiamos comprar na estação de trem. Percebemos então que não teria como, embora as nossas aulas começassem de novo na terça de manhã, o mais cedo que conseguiriamos chegarem Paris era terça a tarde.

A companhia aéria nos disse que o que eles poderiam fazer era reemboulsar nossas passagens. Como foi uma causa maior que causou todo o problema, eles não se responsabilizavam, então eles não iriam pagar hotel para gente nem nada do tipo.

Saimos do aeroporto eram mais de onze da noite e fomos correndo para a estação de trem principal. Chagando lá tudo estava fechado. Tinhamos pensado em ficar por ali esperando até as 5 da manhã, hora em que os guichês iriam abrir, mas descobrimos que a estação fechava durante a noite, e iria abrir apenas as 4 e meia.

Saimos da estação sem rumo e sem saber o que fazer. Ela ficava em um lugar da cidade que não tinhamos ido. Na verdade era um lugar bem calmo. O problema é que era calmo de mais, então não iriamos encontrar nada ali por perto que ficasse aberto de madrugada. Pensamos em procurar um supermercado 24 horas, um café, um barzinho, ou qualquer coisa do tipo.

Então vimos que na parte de cima da estação de trêm ficava um hotel. Subimos o elevador e chegamos em um hall de entrada bem chique. Mas, quando perguntamos, nos falaram que eles não tinham mais quartos disponiveis para 3 pessoas.

Fomos para a porta do hotel. A porta dava para o estacionamento, e ambos ficavam no terraço da estação. Ficamos ali discutindo o que iriamos fazer, conversando um pouco sobre tudo, e acabamos passando quase a noite toda lá. Em uma certa hora descobri que tinha um trailer ali perto que ficava aberto, e vendia café e salgadinho. Bebi apenas o café.

Mais tarde, um dos recepcionistas do hotel até falou para a gente ficar ali dentro, em umas mesinhas do saguão de entrada.

No outro dia, assim que abriram os giches de venda da estação de trem, já estavamos lá. Compramos as passagens, pegamos o trêm às 8 e meia, e no final da tarde finalmente chegamos à Paris, bem cansados.

Barcelona nos encantou tanto, que nos três estavamos de acordo que, apesar de tudo, aquela viagem tinha valido muito a pena.



Ps.: Dia 1º de abril era aniversario do Renato também. Que ele esteja bem.