Meus pais
estavam em Toulouse desde quinta, 13 de junho. Na sexta, por causa do 1° voo do
A350, acabei saindo bem tarde da Airbus, mas no sábado pegamos a estrada ainda
de manhã. Tínhamos como destino as Pyrannées, mais precisamente, Andorra.
Andorra la
Vella, a capital daquele pequeno pais, não fica muito longe de Toulouse, mas
acabamos levando praticamente o dia inteiro para chegarmos lá. Existe um túnel,
que corta a montanha por dentro, e chega diretamente na cidade, sendo bem mais rápido.
Decidimos, no entanto, ir pelas estradas que vão serpenteando os picos e vales,
e que embora demore muito mais, tem uma paisagem muito bonita.
A estrada é
bem tortuosa, fazendo vários zigue-zagues. Paramos varias vezes para tirarmos
fotos. Mesmo estando já praticamente na metade de junho, ainda tinha um pouco
de neve nos picos das montanhas. Passamos por estações de esqui, que obviamente
estavam fechadas, mas onde deu para pararmos e caminharmos um pouco na neve.
Aquela linda paisagem das montanhas era decorada por milhares de riozinhos,
formados pelo desgelo da montanha.
Antes de
chegarmos à capital, ainda passamos por uma cachoeira enorme, e por uma pequena
igreja abandonada no meio daquela imensidão.
Chegamos em
Andorra la Vella no final da tarde.
No outro
dia, depois de termos passeado mais um pouco pela cidade, pegamos de novo a
estrada.
Fomos em
direção ao mediterrâneo, até uma pequena cidade, chamada Collioure, dica de um
dos meus colocs. Collioure é uma cidade a beira mar bem pequena, mas muito
bonita. A praia é pequenininha, em forma de meia-lua, com um pequeno castelo em
uma das pontas, e uma fortificação e uma torre na outra.
Comemos por
lá e depois voltamos para Toulouse. Parece que não tinha sido apenas a gente
que tinha pensado em ir viajar naquele final de semana. O transito na volta
estava enorme.
No outro
final de semana, fomos visitar duas cidadezinhas próximas de Toulouse:
Carcassone e Albi.
Depois de
uma hora de carro, chegamos a Carcassone. Ela é uma cidade tipicamente
medieval, e uma das poucas que ainda é completamente murada (um pouco como
Obidos em Portugal, mas um pouco maior). Passamos o dia ali, andando pelas
pequenas ruazinhas daquela cidade, conhecendo o castelo, e andando pelos muros.
No outro
dia fomos para Albi. Uma cidade pequena, mas que tem um centro bem bonito. Claro
que existe uma grande catedral, do lado de uma praça, mas o mais bonito é o
jardim, que fica atrás da catedral. Por causa do desnível, ele fica em um
terreno mais baixo, o que quer dizer que da para vê-lo do alto. Um muro o
delimita; do outro lado fica um belo rio, com duas belas pontes.
Na
segunda-feira seguinte meus pais seguiram viagem e foram para Paris. Nos outros
dois finais de semana aproveitei e fui encontra-los lá. A primeira viagem foi
de trem, e como ela demorou muito, no segundo final de semana resolvi ir de
avião. Foi a primeira vez que voei depois de ter começado a estagiar na Airbus,
e foi uma experiência um pouco diferente. Eu tinha uma noção muito maior e
muito mais clara das coisas que estavam acontecendo. Foi bem legal olhar pela
janela um pouco antes da aterrisagem, e consegui identificar as antenas do
Glide, do LOC, a estação dos DMEs e varias outras coisas.
Voltar para
Paris foi engraçado também. Depois de morar em Toulouse eu achei Paris muito
maior do que antes. Eu pensava que ia ser rápido chegar da Gare Montparnasse até
o Hotel de Ville, duas regiões relativamente centrais. Mais com o tempo necessário
eu sentia que eu podia ter atravessado Toulouse inteira. Foi interessante me
deslumbrar de novo com aquela bela arquitetura e monumentos que só existem em
Paris. Me senti meio que como um caipira.
Foi bom
reencontrar o pessoal que ainda estava por lá. Aproveitei também para passar na
Supélec para pegar algumas coisas que eu não consegui levar comigo na hora da
minha mudança para Toulouse. Desculpa para quem ainda esta lá, mas me senti
feliz de não morar mais ali. Claro que eu tive problemas na hora de ir para a
Supélec. O RER que atrasa tanto que faz perder o ônibus, que só vai passar
daqui a pelo menos mais uma hora. Morar na Supélec, com certeza, é uma das
coisas que eu não sinto falta.
Então, meus
pais voltaram para o Brasil. Foi bom revê-los, principalmente depois de tanto
tempo. Mas a despedida nem foi tão triste. Em algumas semanas sou eu que
estarei voltando para o Brasil.