sexta-feira, 17 de maio de 2013

Feriados e Bordeaux


E maio chegou. Um mês bem aguardado. Logo no primeiro dia, feriado! E isso é algo que vai se repetir quase todas as semanas desse mês. No entanto, o conceito de feriado aqui, embora seja o mesmo, implica em coisas um pouco diferentes. Feriado é um dia de descanso, onde as pessoas não trabalham. Na França, um pais muito mais socialista que o Brasil, isso incluem os vendedores de lojas, os motoristas de ônibus, o pessoal responsável pelo metro. Sim, nenhum transporte publico funcionou no dia 1° de maio. Na verdade eu não sei se isso é algo normal em todo o canto, ou se no Brasil, como eu tinha a sorte de quase não precisar pegar nada disso, eu nem reparava.

Pelo menos, alguns cinemas ficaram abertos, e deu para ver IronMan 3. Mas eu tive que ir de bicicleta, o que não foi nada ruim.

E na semana seguinte, quarta e quinta, dias 8 e 9 de maio, também eram feriados. Aproveitei para combinar com um pessoal de Paris para irmos viajar. Foi muito bom poder encontrar eles de novo e poder conversar em português. Acabamos escolhendo Bordeaux, mais ou menos no meio do caminho. Na verdade sexta não emendava, mas o meu tutor do estagio é bem gente boa e disse que eu não precisava ir.

Cheguei em Bordeaux na quarta bem cedo. Dei uma volta na cidade enquanto esperava a Luiza, o Daniel e o Fernando. Nos encontramos, fomos conhecer um pouco mais a cidade, e de noite comemos em um restaurante brasileiro.





No outro dia, pegamos um trem para irmos à Saint Emilion, pequena cidade um pouco a leste de Bordeaux. Essa é uma cidade bem conhecida pelas suas vinícolas, e também pela sua bela arquitetura. O dia não estava dos melhores, estava chovendo um pouco, mas mesmo assim, aquelas enormes plantações por todos os lados, se estendendo até o horizonte; as grandes casas, ou chateaux, de cada uma dessas vinícola; e aquela cidade de ruas estreitas, de paralelepípedos, construída em uma colina, formavam um cenário muito bonito.

Almoçamos, e fizemos algumas ligações, até que conseguimos uma reserva em um tour por uma das vinícolas, o Chateaux Soutard, um grand cru classé de Bordeaux (uma alta classificação para os vinhos de Bordeaux). Andamos bastante para chegarmos no chateaux, acabamos quase nos perdendo, fizemos uma volta bem grande por umas ruazinhas de terra cercada por plantações de uva, mas conseguimos chegar a tempo do tour.

Aprendemos sobre o processo de fabricação do vinho naquela vinícola, que as plantações lá são intencionalmente mais baixas, e que uma característica da região é que o solo é de calcário. Até pegamos um elevador subterrâneo para melhor vermos esse ultimo detalhe. No final ainda tivemos uma degustação, onde pudemos provar duas safras diferentes daquele bom vinho.



Voltamos para Bordeaux, onde jantamos em um restaurante tradicional, e no outro dia fomos para a Dune du Pilat, uma praia que tem lá perto, e que foi uma dica da alemã que mora comigo em Toulouse.

Tivemos que pegar um trem, e depois um ônibus. O ônibus estava realmente cheio, e teve um pequeno tumulto quando a motorista quase passou reto por um ponto, e não queria deixar o pessoal entrar. Na verdade um cara forçou a porta lateral para entrar, e mais um pessoal aproveitou para entrar também, reclamando que fazia mais de uma hora que eles estavam esperando. Durante essa viagem eu vi situações meio inusitadas que mostraram que o transporte publico aqui também não funciona as mil maravilhas, algo que eu sabia desde o 14 juillet do ano passado. Para voltar da Dune du Pilat, que é um lugar super turístico, tinha um ônibus apenas de 2 em 2 horas. E quando fomos para a parada, um dos ônibus simplesmente não passou, o que fez com que tivéssemos que esperar mais de 2 horas, embaixo do sol, sem saber ao certo o que estava acontecendo, até chegar o próximo. Outra coisa estranha foi que quando pegamos o trem não tinham mais lugares para sentar, e tivermos que ir de pé. Na volta para Toulouse aconteceu a mesma coisa, tinham varias pessoas de pé, embora eu tenha conseguido achar um lugar para sentar.

Mas de qualquer forma, a Dune du Pilat realmente é um lugar muito bonito, e ainda tivemos sorte, pois foi o único dia que realmente fez sol durante a viagem. No meio da floresta, simplesmente do nada tem uma parte enorme de areia, com umas dunas muito altas. Subimos até o topo, de onde se tem uma vista muito legal: de um lado, o oceano, do outro, uma bela floresta; sem contar a imensidão de areia para todos os lados. Eu e o Fernando resolvemos ir até a praia, até pensamos em tentar entrar no mar. Quando começamos a descer percebemos que o mar ficava muito mais longe do que parecia, e quando chegamos, vimos que a agua estava bem fria.

Ficamos um tempo ali e resolvemos voltar. Na hora de descer não tínhamos percebido como era íngreme a descida. Além do mais, as dunas são feitas de areia mesmo, bem fina e fofa, não daquelas pequenas pedras que se pode encontrar em quase todo o litoral do mediterrâneo. Então, a cada passo que dávamos, o nosso pé afundava e voltava quase dois passos para baixo, foi bem cansativo chegar de novo até o topo.





Jantamos de novo em um outro restaurante bem típico, e no outro dia de manhã, sábado, ainda tivemos um pouco de tempo de dar uma ultima volta por Bordeaux. No inicio da tarde voltamos cada um para a sua respectiva cidade

Um comentário:

  1. Que lugar lindo!

    A foto com o relógio e vc mencionando a chuvinha, me fez lembrar de Rouen. Que saudade!!
    Vale a pena uma canseirinha para deslumbrar essa bela paisagem, não é?

    Então, desde que vc iniciou sua nova vida, a língua portuguesa não é mais falada todos os dias por vc... Vou te ligar mais vezes... rss

    Beijos
    Suleima

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