E maio
chegou. Um mês bem aguardado. Logo no primeiro dia, feriado! E isso é algo que
vai se repetir quase todas as semanas desse mês. No entanto, o conceito de feriado
aqui, embora seja o mesmo, implica em coisas um pouco diferentes. Feriado é um
dia de descanso, onde as pessoas não trabalham. Na França, um pais muito mais
socialista que o Brasil, isso incluem os vendedores de lojas, os motoristas de ônibus,
o pessoal responsável pelo metro. Sim, nenhum transporte publico funcionou no
dia 1° de maio. Na verdade eu não sei se isso é algo normal em todo o canto, ou
se no Brasil, como eu tinha a sorte de quase não precisar pegar nada disso, eu
nem reparava.
Pelo menos,
alguns cinemas ficaram abertos, e deu para ver IronMan 3. Mas eu tive que ir de
bicicleta, o que não foi nada ruim.
E na semana
seguinte, quarta e quinta, dias 8 e 9 de maio, também eram feriados. Aproveitei
para combinar com um pessoal de Paris para irmos viajar. Foi muito bom poder
encontrar eles de novo e poder conversar em português. Acabamos escolhendo
Bordeaux, mais ou menos no meio do caminho. Na verdade sexta não emendava, mas
o meu tutor do estagio é bem gente boa e disse que eu não precisava ir.
Cheguei em
Bordeaux na quarta bem cedo. Dei uma volta na cidade enquanto esperava a Luiza,
o Daniel e o Fernando. Nos encontramos, fomos conhecer um pouco mais a cidade,
e de noite comemos em um restaurante brasileiro.
No outro
dia, pegamos um trem para irmos à Saint Emilion, pequena cidade um pouco a leste
de Bordeaux. Essa é uma cidade bem conhecida pelas suas vinícolas, e também
pela sua bela arquitetura. O dia não estava dos melhores, estava chovendo um
pouco, mas mesmo assim, aquelas enormes plantações por todos os lados, se estendendo
até o horizonte; as grandes casas, ou chateaux, de cada uma dessas vinícola; e
aquela cidade de ruas estreitas, de paralelepípedos, construída em uma colina,
formavam um cenário muito bonito.
Almoçamos,
e fizemos algumas ligações, até que conseguimos uma reserva em um tour por uma
das vinícolas, o Chateaux Soutard, um grand cru classé de Bordeaux (uma alta classificação
para os vinhos de Bordeaux). Andamos bastante para chegarmos no chateaux,
acabamos quase nos perdendo, fizemos uma volta bem grande por umas ruazinhas de
terra cercada por plantações de uva, mas conseguimos chegar a tempo do tour.
Aprendemos
sobre o processo de fabricação do vinho naquela vinícola, que as plantações lá
são intencionalmente mais baixas, e que uma característica da região é que o
solo é de calcário. Até pegamos um elevador subterrâneo para melhor vermos esse
ultimo detalhe. No final ainda tivemos uma degustação, onde pudemos provar duas
safras diferentes daquele bom vinho.
Voltamos
para Bordeaux, onde jantamos em um restaurante tradicional, e no outro dia
fomos para a Dune du Pilat, uma praia que tem lá perto, e que foi uma dica da
alemã que mora comigo em Toulouse.
Tivemos que
pegar um trem, e depois um ônibus. O ônibus estava realmente cheio, e teve um
pequeno tumulto quando a motorista quase passou reto por um ponto, e não queria
deixar o pessoal entrar. Na verdade um cara forçou a porta lateral para entrar,
e mais um pessoal aproveitou para entrar também, reclamando que fazia mais de
uma hora que eles estavam esperando. Durante essa viagem eu vi situações meio
inusitadas que mostraram que o transporte publico aqui também não funciona as
mil maravilhas, algo que eu sabia desde o 14 juillet do ano passado. Para
voltar da Dune du Pilat, que é um lugar super turístico, tinha um ônibus apenas
de 2 em 2 horas. E quando fomos para a parada, um dos ônibus simplesmente não
passou, o que fez com que tivéssemos que esperar mais de 2 horas, embaixo do
sol, sem saber ao certo o que estava acontecendo, até chegar o próximo. Outra
coisa estranha foi que quando pegamos o trem não tinham mais lugares para
sentar, e tivermos que ir de pé. Na volta para Toulouse aconteceu a mesma
coisa, tinham varias pessoas de pé, embora eu tenha conseguido achar um lugar
para sentar.
Mas de
qualquer forma, a Dune du Pilat realmente é um lugar muito bonito, e ainda tivemos
sorte, pois foi o único dia que realmente fez sol durante a viagem. No meio da
floresta, simplesmente do nada tem uma parte enorme de areia, com umas dunas
muito altas. Subimos até o topo, de onde se tem uma vista muito legal: de um
lado, o oceano, do outro, uma bela floresta; sem contar a imensidão de areia
para todos os lados. Eu e o Fernando resolvemos ir até a praia, até pensamos em
tentar entrar no mar. Quando começamos a descer percebemos que o mar ficava muito
mais longe do que parecia, e quando chegamos, vimos que a agua estava bem fria.
Ficamos um
tempo ali e resolvemos voltar. Na hora de descer não tínhamos percebido como
era íngreme a descida. Além do mais, as dunas são feitas de areia mesmo, bem
fina e fofa, não daquelas pequenas pedras que se pode encontrar em quase todo o
litoral do mediterrâneo. Então, a cada passo que dávamos, o nosso pé afundava e
voltava quase dois passos para baixo, foi bem cansativo chegar de novo até o
topo.
Jantamos de
novo em um outro restaurante bem típico, e no outro dia de manhã, sábado, ainda
tivemos um pouco de tempo de dar uma ultima volta por Bordeaux. No inicio da
tarde voltamos cada um para a sua respectiva cidade
Que lugar lindo!
ResponderExcluirA foto com o relógio e vc mencionando a chuvinha, me fez lembrar de Rouen. Que saudade!!
Vale a pena uma canseirinha para deslumbrar essa bela paisagem, não é?
Então, desde que vc iniciou sua nova vida, a língua portuguesa não é mais falada todos os dias por vc... Vou te ligar mais vezes... rss
Beijos
Suleima