Como
durante uma grande parte desse terceiro ano, eu estava bem cansado por causa de
todas as tarefas intermináveis que tínhamos que fazer. Mas, finalmente, eram
férias! Sexta, 1 de março, inicio de uma semana de férias, eu e o Fernando
fomos para o aeroporto de Orly, dormimos por lá, e sábado de manhã pegamos o voo
para a Itália.
Primeira parada, Veneza. O aeroporto não fica
exatamente na cidade. Uma coisa que eu não sabia era que Veneza é uma ilha. E
como no imaginário popular, ela é repleta de pequenos canais e de ruelas
estreitas, tanto que praticamente não passam carros na cidade. Como o Carnaval
tinha sido a não muito tempo atrás, andando pelas ruas nos deparávamos a todo o
instante com diversas lojas que vendiam todos os tipos de mascaras.
Veneza é
muito bonita. A ponte Rialto sobre o Canal Grande, a Praça de São Marco, bem
ampla, e a basílica à sua frente, que não é muito grande, mas é repleta de
detalhes, principalmente a parte de dentro, com um teto dourado. Outra coisa
que vale a pena visitar é o Palazzo Ducale. No inicio, não estava achando ele
nem um pouco interessante, algumas colunas para um lado e para o outro. Mas à
medida que fomos subindo, atingimos as antigas salas responsáveis por abrigar
toda a parte administrativa/politica de quando Veneza era capital. A Sala do
Conselho dos Dez, a Sala do Senado, e varias outras faziam lembrar Versailles,
com tetos altos repletos de lindas pinturas e vários ornamentos.
Esperando
para pegar o trem, comemos uma pizza, que é vendida por fatia. Esse tipo de
refeição foi comum na viagem, na verdade, acho que acabamos comendo pelo menos
um pedaço de pizza todo dia, que claro, na Itália é muito boa.
Pegamos o
trem e fomos para Milão. Chegamos de noite, deixamos as coisas no hostel, e saímos
para comer outro pedaço de pizza. Milão pareceu bem agitado de noite. No outro
dia, domingo, fomos primeiro até o Duomo. Realmente, ele é de uma beleza única,
e é bem legal que é possível subir no terraço, de onde se da para ter uma bela
vista da cidade e ver mais de perto os detalhes dessa bela construção.
Ficamos um
pouco ali na praça. Fomos enganados, esperando um freetour que acabou não
acontecendo, e então passamos pela Galleria Vittorio Emanuele II, um boulevard bem
bonito, coberto, cheio de lojas de grife, para chegarmos até La Scalle, uma das
operas mais importantes do mundo. Chegamos 5 minutos antes dela fechar e conseguimos
ve-la por dentro. É bem bonito, mais é impossível competir com o Palácio
Garnier.
De noite,
depois de comer uma pizza, fomos de trem à Firenze (Florença).
Segunda
logo pela manhã, fizemos um freetour, que foi focado sobre a parte Renascentista
de Florença. Muitos artistas famosos passaram por lá, e varias igrejas e casas
foram construídas sobre essa influencia. Descobrimos também que o sorvete foi
inventado em Firenze, e em uma sorveteria experimentamos um sorvete, de creme,
que dizem ter o mesmo sabor do primeiro sorvete inventado. A partir desse
momento passamos a comer bastante sorvete também, ainda mais que na Itália
estava um pouco mais quente do que na França. Ficamos sabendo também que antes
de Roma, por certo tempo Firenze foi a capital da Itália.
De tarde, com
outro freetour conhecemos a Casa dos Medici, uma das famílias mais importantes
que morou e comandou Firenze, e a igreja construída para eles. Os pequenos
ornamentos que existem na janela da casa foram criados por Michelangelo. Foram
os primeiros desse tipo e se popularizaram e espalharam pelo mundo. Vimos
também o Duomo, que também é muito bonito, e a porta de ouro que fica na sua
frente; o Palazzo Vechio, sede do governo, e a Ponte Vechia; e a Basilica di
San Miniato al Monte, que fica em cima de uma colina, e de onde se tem uma
vista espetacular da cidade.
No outro
dia de manhã pegamos um trem regional e fomos para Pisa. Vimos a famosa torre,
tiramos fotos como todos os turistas que vão para lá, e até chegamos a olhar o
que chamamos da igreja mais menosprezada do mundo, o duomo que fica bem em
frente a torre.
No inicio
da tarde já estávamos de volta a Firenze. Fomos até o museu onde esta o David,
a famosa obra de Michelangelo. Ele é imenso, com 5 metros de altura, e os
detalhes são tão incríveis que é possível ver as veias das mãos. Isso porque
Michelangelo usou um pedaço de mármore que dois outros artesões tinham tentado
usar, mas tinham dito que era muito ruim. Passamos também no Uffizi, museu
referencia em arte renascentista.
De noite,
pegamos um trem e fomos para Nápoles. O trem atrasou. E o problema é que íamos chegar
tarde em Nápoles, a recepção do hostel que iriamos ficar funcionava só até a
meia-noite, e o hostel não era perto da estação de trem.
Na verdade,
isso acabou sendo bom. Tivemos que ligar pro hostel, e nos disseram que iam
mandar um taxi nos pegar. Acontece que não sabíamos, mas a parte perto da estação
de trem é meio perigosa. O hostel também não era fácil de achar. Estavamos numa
ruela estreita, numa ladeira, quando o taxista para o carro. Pensei que ele
tinha parado porque estava falando no celular, mas ele para de falar e desce no
carro, nos ajuda a tirar as mochilas do porta-malas, e vai embora. O lugar
parecia mais suspeita do que a rua que ficava o hostel de Marrakesh, e eu
comecei a achar bem estranho. Estávamos na frente de um prédio residencial, sem
nenhuma placa falando nada sobre hostel, nem aquelas famosas plaquinhas do
hostelworld.
Ligamos de
novo para o hostel, um senhor aparece na varando de um dos apartamentos, e abre
a porta para a gente entrar no prédio. O hostel é na verdade a casa do Giovanni,
um simpático senhor de uns 60 anos. Mesmo estando tarde, depois de nos
recepcionar, ele perguntou se queríamos algumas informações sobre Nápoles. Como
falamos que sim, ele começou a nos contar a historia da cidade, coisas
interessantes para ver, e lugares para visitarmos. Ele falou por quase duas
horas, e só parou porque estava ficando bem tarde. Ele falava com tanta alegria
que na hora a vontade que tínhamos era abandonar o resto da viagem e ficar por lá,
opinião que mudaríamos logo no próximo dia.
No entanto,
uma coisa que ele também falou é que era para tomar cuidado, que a cidade era
meio perigosa. Quando ele falou sobre a máfia, eu me lembrei do taxista que
pegamos, e como a voz dele era rouca e o sotaque era incrivelmente parecido com
vários dos personagens do Poderoso Chefão.
Logo de manhã,
fomos até a estação pegar um trem para Pompeia. Essa era a principal razão de termos
ido até Nápoles. O cara do guichê nos falou que a Circumvesuviano estava
fechada, mas que poderíamos pegar um trem normal até Pompeia. Compramos o
bilhete, e foi difícil achar de onde saia o trem, porque a plataforma era a
mesma utilizada pelo metro, algo bem estranho.
Paramos
primeiro em Erculano, uma cidade no caminho, de onde saiam excursões para o Vesúvio.
No entanto, as excursões saiam da estação por onde passa normalmente o Circumvesuviano,
e ela fica a 40 minutos de caminhada da estação de trem normal, que foi onde
descemos. Quando finalmente chegamos, não tinha ninguém lá, e queriam nos cobrar
o dobro para fazermos a excursão apenas nos dois. O tempo ruim nos ajudou a decidir,
voltamos pelo caminho que viemos, e pegamos o próximo trem para Pompeia.
Quando
chegamos a Pompeia, estava chovendo muito, mas felizmente parou de chover logo
depois do almoço.
Pompeia é incrível,
chegamos pouco depois do meio dia e ficamos até às 17h, quando fecham. As
ruinas estão praticamente inteiras, mesmo depois de quase 2000 anos, e da para
caminhar por praticamente toda a cidade. De todos os lugares paira a sombra do Vesúvio,
grande e ameaçador ao fundo. A cidade era até que bem grande. Logo na entrada
da para ver uma das muralhas e o local onde ficava o portão. Nos templos ainda se
vê os altares e as colunas. É possível ver as casas, algumas com as janelas e
outras até com afrescos. A padaria ainda tem um fogão a lenha, e outras coisas
usadas para culinária. E em um lugar se pode ver um dos habitantes que foi
soterrado pela lava.
O teatro e
o anfiteatro também estão de pé.
Na volta
para Nápoles, uma constante daquela cidade, o trem atrasou de novo, e bastante,
mas chegamos a tempo do jantar. O Giovanni preparou uma macarronada, e sentamos
todos, umas 10 pessoas, em volta de uma mesa para jantarmos. Depois, ficamos
conversando até tarde. Embora Nápoles não parecesse ser uma cidade tão boa,
aquele hostel era espetacular.
No outro
dia, quinta bem cedo, fomos até a estação de trem. Os trens estavam mais uma
vez atrasados, mas finalmente estávamos indo para o berço da civilização
ocidental, Roma.
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