terça-feira, 26 de março de 2013

Itália - Parte 1


Como durante uma grande parte desse terceiro ano, eu estava bem cansado por causa de todas as tarefas intermináveis que tínhamos que fazer. Mas, finalmente, eram férias! Sexta, 1 de março, inicio de uma semana de férias, eu e o Fernando fomos para o aeroporto de Orly, dormimos por lá, e sábado de manhã pegamos o voo para a Itália.


Primeira parada, Veneza. O aeroporto não fica exatamente na cidade. Uma coisa que eu não sabia era que Veneza é uma ilha. E como no imaginário popular, ela é repleta de pequenos canais e de ruelas estreitas, tanto que praticamente não passam carros na cidade. Como o Carnaval tinha sido a não muito tempo atrás, andando pelas ruas nos deparávamos a todo o instante com diversas lojas que vendiam todos os tipos de mascaras.

Veneza é muito bonita. A ponte Rialto sobre o Canal Grande, a Praça de São Marco, bem ampla, e a basílica à sua frente, que não é muito grande, mas é repleta de detalhes, principalmente a parte de dentro, com um teto dourado. Outra coisa que vale a pena visitar é o Palazzo Ducale. No inicio, não estava achando ele nem um pouco interessante, algumas colunas para um lado e para o outro. Mas à medida que fomos subindo, atingimos as antigas salas responsáveis por abrigar toda a parte administrativa/politica de quando Veneza era capital. A Sala do Conselho dos Dez, a Sala do Senado, e varias outras faziam lembrar Versailles, com tetos altos repletos de lindas pinturas e vários ornamentos.








Esperando para pegar o trem, comemos uma pizza, que é vendida por fatia. Esse tipo de refeição foi comum na viagem, na verdade, acho que acabamos comendo pelo menos um pedaço de pizza todo dia, que claro, na Itália é muito boa.

Pegamos o trem e fomos para Milão. Chegamos de noite, deixamos as coisas no hostel, e saímos para comer outro pedaço de pizza. Milão pareceu bem agitado de noite. No outro dia, domingo, fomos primeiro até o Duomo. Realmente, ele é de uma beleza única, e é bem legal que é possível subir no terraço, de onde se da para ter uma bela vista da cidade e ver mais de perto os detalhes dessa bela construção.

Ficamos um pouco ali na praça. Fomos enganados, esperando um freetour que acabou não acontecendo, e então passamos pela Galleria Vittorio Emanuele II, um boulevard bem bonito, coberto, cheio de lojas de grife, para chegarmos até La Scalle, uma das operas mais importantes do mundo. Chegamos 5 minutos antes dela fechar e conseguimos ve-la por dentro. É bem bonito, mais é impossível competir com o Palácio Garnier.





 Fomos então até o Palácio Sforzesco. Ele é grande, bem bonito, e uma das salas tem um teto pintado por Da Vinci. Na parte de trás, fica um grande parque, com um pequeno arco do triunfo ao fundo, herança da época que Napoleão passou por ali.


De noite, depois de comer uma pizza, fomos de trem à Firenze (Florença).

Segunda logo pela manhã, fizemos um freetour, que foi focado sobre a parte Renascentista de Florença. Muitos artistas famosos passaram por lá, e varias igrejas e casas foram construídas sobre essa influencia. Descobrimos também que o sorvete foi inventado em Firenze, e em uma sorveteria experimentamos um sorvete, de creme, que dizem ter o mesmo sabor do primeiro sorvete inventado. A partir desse momento passamos a comer bastante sorvete também, ainda mais que na Itália estava um pouco mais quente do que na França. Ficamos sabendo também que antes de Roma, por certo tempo Firenze foi a capital da Itália.

De tarde, com outro freetour conhecemos a Casa dos Medici, uma das famílias mais importantes que morou e comandou Firenze, e a igreja construída para eles. Os pequenos ornamentos que existem na janela da casa foram criados por Michelangelo. Foram os primeiros desse tipo e se popularizaram e espalharam pelo mundo. Vimos também o Duomo, que também é muito bonito, e a porta de ouro que fica na sua frente; o Palazzo Vechio, sede do governo, e a Ponte Vechia; e a Basilica di San Miniato al Monte, que fica em cima de uma colina, e de onde se tem uma vista espetacular da cidade.






No outro dia de manhã pegamos um trem regional e fomos para Pisa. Vimos a famosa torre, tiramos fotos como todos os turistas que vão para lá, e até chegamos a olhar o que chamamos da igreja mais menosprezada do mundo, o duomo que fica bem em frente a torre.


No inicio da tarde já estávamos de volta a Firenze. Fomos até o museu onde esta o David, a famosa obra de Michelangelo. Ele é imenso, com 5 metros de altura, e os detalhes são tão incríveis que é possível ver as veias das mãos. Isso porque Michelangelo usou um pedaço de mármore que dois outros artesões tinham tentado usar, mas tinham dito que era muito ruim. Passamos também no Uffizi, museu referencia em arte renascentista.

De noite, pegamos um trem e fomos para Nápoles. O trem atrasou. E o problema é que íamos chegar tarde em Nápoles, a recepção do hostel que iriamos ficar funcionava só até a meia-noite, e o hostel não era perto da estação de trem.

Na verdade, isso acabou sendo bom. Tivemos que ligar pro hostel, e nos disseram que iam mandar um taxi nos pegar. Acontece que não sabíamos, mas a parte perto da estação de trem é meio perigosa. O hostel também não era fácil de achar. Estavamos numa ruela estreita, numa ladeira, quando o taxista para o carro. Pensei que ele tinha parado porque estava falando no celular, mas ele para de falar e desce no carro, nos ajuda a tirar as mochilas do porta-malas, e vai embora. O lugar parecia mais suspeita do que a rua que ficava o hostel de Marrakesh, e eu comecei a achar bem estranho. Estávamos na frente de um prédio residencial, sem nenhuma placa falando nada sobre hostel, nem aquelas famosas plaquinhas do hostelworld.

Ligamos de novo para o hostel, um senhor aparece na varando de um dos apartamentos, e abre a porta para a gente entrar no prédio. O hostel é na verdade a casa do Giovanni, um simpático senhor de uns 60 anos. Mesmo estando tarde, depois de nos recepcionar, ele perguntou se queríamos algumas informações sobre Nápoles. Como falamos que sim, ele começou a nos contar a historia da cidade, coisas interessantes para ver, e lugares para visitarmos. Ele falou por quase duas horas, e só parou porque estava ficando bem tarde. Ele falava com tanta alegria que na hora a vontade que tínhamos era abandonar o resto da viagem e ficar por lá, opinião que mudaríamos logo no próximo dia.

No entanto, uma coisa que ele também falou é que era para tomar cuidado, que a cidade era meio perigosa. Quando ele falou sobre a máfia, eu me lembrei do taxista que pegamos, e como a voz dele era rouca e o sotaque era incrivelmente parecido com vários dos personagens do Poderoso Chefão.

Logo de manhã, fomos até a estação pegar um trem para Pompeia. Essa era a principal razão de termos ido até Nápoles. O cara do guichê nos falou que a Circumvesuviano estava fechada, mas que poderíamos pegar um trem normal até Pompeia. Compramos o bilhete, e foi difícil achar de onde saia o trem, porque a plataforma era a mesma utilizada pelo metro, algo bem estranho.

Paramos primeiro em Erculano, uma cidade no caminho, de onde saiam excursões para o Vesúvio. No entanto, as excursões saiam da estação por onde passa normalmente o Circumvesuviano, e ela fica a 40 minutos de caminhada da estação de trem normal, que foi onde descemos. Quando finalmente chegamos, não tinha ninguém lá, e queriam nos cobrar o dobro para fazermos a excursão apenas nos dois. O tempo ruim nos ajudou a decidir, voltamos pelo caminho que viemos, e pegamos o próximo trem para Pompeia.

Quando chegamos a Pompeia, estava chovendo muito, mas felizmente parou de chover logo depois do almoço.

Pompeia é incrível, chegamos pouco depois do meio dia e ficamos até às 17h, quando fecham. As ruinas estão praticamente inteiras, mesmo depois de quase 2000 anos, e da para caminhar por praticamente toda a cidade. De todos os lugares paira a sombra do Vesúvio, grande e ameaçador ao fundo. A cidade era até que bem grande. Logo na entrada da para ver uma das muralhas e o local onde ficava o portão. Nos templos ainda se vê os altares e as colunas. É possível ver as casas, algumas com as janelas e outras até com afrescos. A padaria ainda tem um fogão a lenha, e outras coisas usadas para culinária. E em um lugar se pode ver um dos habitantes que foi soterrado pela lava.

O teatro e o anfiteatro também estão de pé.





Na volta para Nápoles, uma constante daquela cidade, o trem atrasou de novo, e bastante, mas chegamos a tempo do jantar. O Giovanni preparou uma macarronada, e sentamos todos, umas 10 pessoas, em volta de uma mesa para jantarmos. Depois, ficamos conversando até tarde. Embora Nápoles não parecesse ser uma cidade tão boa, aquele hostel era espetacular.

No outro dia, quinta bem cedo, fomos até a estação de trem. Os trens estavam mais uma vez atrasados, mas finalmente estávamos indo para o berço da civilização ocidental, Roma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário